A especialista da unidade portuária do Lobito, Janete Matana, afirmou, recentemente, na cidade do Lobito, em um seminário sobre o impacto do corredor do Lobito no desenvolvimento da economia, que o Porto precisa de ser mais eficiente na descarga de mercadorias, de modo a que este possa ombrear com outros portos do mundo, tendo lembrado que o que vende em uma unidade portuária é a sua potencialidade em termos de Infra-estruturas
A especialista, um dos que intervieram no painel subordinado ao tema “O impacto do corredor de desenvolvimento do Lobito na economia e da região”, referiu que as potencialidades e a eficiência operacional são factores que concorrem para a compectividade de um porto. Janete Matana adverte, pois, que não basta apenas ter um porto com uma boa profundidade – como é o caso do Lobito – e, também, precisa de ter condições objectivas para operacionalizar, a fim de que o processo de carga e descarga de navios seja mais célere e, com efeito, conseguir- se atrair as “maiores linhas e os maiores armadores”.
No seu ponto de vista, deste modo será “possível posicionar o Porto do Lobito na vertente da cabo- tagem nacional (…). Só para fazer uma referência, nós competimos com portos que têm um poder de gestão diferente”. Para ser mais precisa, citou que a nível nacional, a referida unida- de portuária compete com o Por- to de Luanda e o Porto do Namibe. A nível regional, o Porto de Moçambique, Porto de Dares-Salam. “Estamos a falar de portos onde o Estado é o gestor”, argumentou. A especialista da unidade portuária do Lobito afirma que nos portos a que fez referência, apesar de o Estado ser o gestor, quem investe é o sector privado e este processo.
Pelo avultado investimento que o sector portuário exige em função da modernidade das infra-estruturas, isso torna o Porto do Lobito menos competitivos do que os outros, daí que se preveja a alteração do paradigma, até porque há uma necessidade imperativa de se proceder à conformação legal. “Hoje, o Porto Comercial do Lobito precisa de caminhar para isso. Estamos já nesta fase de alteração do nosso modelo de gestão, para o porto senhorio. O ano passado nós assinámos o contrato dentro do contrato de serviço ferroviário e logística e concessão do terminal mineiro”, realçou.
Saídas para tornar o porto numa referência a nível de África Desta feita, revelou que na perspectiva de pôr o Porto do Lobito a ombrear com outros do mundo, está em curso a concessão do terminal polivalente, com o qual se pretende atrair principais operadores de referência internacionais. Assim, sublinha a especialista, o Porto poderá se tornar um dos maiores portos de África em águas profundas e materializar as duas principais premissas comerciais portuárias, “que são: capacidade operacional e a eficiência operacional”. Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração do Porto Comercial do Lobito, Celso Rosas, garantiu que o Estado está empenhado em transformar o porto em uma unidade de referência regional e mundial.
E, desta feita, um dos factores determinantes que concorre para que muitos operadores regionais prefiram a sua empresa a outras são os preços pratica- das, dos mais baratos a nível regional, associando a este factor também a localização geográfica do mesmo. O gestor assegurou que as transformações em curso no Porto do Lobito, com a privatização de serviços infra-estruturais, não vão afectar os trabalhadores, estando assegurado os postos de trabalho, mas apela para a necessidade de entrega destes em prol da causa da empresa. Saliente-se que o consórcio de empresas que vai explorar as infra-estruturas nos próximos 30 anos – com o Porto e o CFB a capitanearem as atenções, não ficando de fora o Aeroporto Internacional da Catumbela – promete um investimento na ordem dos 500 milhões de dólares.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela