A banana constitui o principal produto de exportação da província de Cabinda para a República do Congo. As regiões de Ponta-Negra e Brazzaville, a capital, são os principais destinos da banana produzida na província angolana de Cabinda
As cifras indicam que a exportação da banana representa cerca de 80 por cento do volume de mercadorias que sai da província para o país vizinho, através do posto fronteiriço de Massábi. Dados apurados pela reportagem do jornal OPAÍS junto dos responsáveis do posto aduaneiro de Massábi, 90 quilómetros a Norte da cidade de Cabinda, dão conta que em média cerca de 20 toneladas de banana são exportadas, diariamente, para o Congo, o que dá uma cifra de arrecadação mensal de 750 mil kwanzas como receitas para os cofres do Estado, numa taxa de exportação compensatória de 0,5 por cento.
Segundo os compradores congoleses, que adquirem o produto a partir do referido posto fronteiriço, no município de Cacongo, a banana de Cabinda é revendida também no Gabão, país que faz fronteira com o Congo. Localmente, os produtores encontram dificuldades para comercializarem a banana por falta de mercado de consumo, ou seja, há muita oferta e pouca procura. Como as quantidades de consumo interno se afiguram bastante reduzidas, o excedente produzido encontra como principal mercado de venda a República do Congo- Brazzaville.
Os congoleses têm muita preferência pela banana angolana produzida em Cabinda por considerarem que a mesma tem qualidade e ser bastante apreciada quer no Congo quer no Gabão. As variedades de bananas produzidas em Cabinda e vendidas na fronteira são, nomeadamente, a banana fruta ou de mesa (consumida de forma natural como fruta e serve para a confecção de doces, compotas e outros compostos) e a banana-pão, uma variedade cuja textura da polpa é mais dura e o sabor indigesto, quando consumida na sua forma natural. São bananas que se consomem, essencialmente, cozidas ou fritas.
Para além do consumo doméstico, a banana de Cabinda é também servida em restaurantes e hotéis desses países. Às Quartas e Sextas-feiras o movimento torna-se frenético no Massábi. São dias estabelecidos para as trocas comerciais na fronteira. Camiões carregados de banana transportam o produto dos campos de produção directamente para a fronteira. Tão logo chegue, o produto é acondicionado na praça de Vitalo, no território nacional, onde os comerciantes congoleses compram a banana a preços considerados módicos.
Os preços dependem do tamanho do cacho e estes variam entre 700 e 1500 kwanzas equivalentes a 500 e 1000 Francos CFA. No Congo, o preço da banana cus- ta três vezes mais caro do que em Angola. O valor mínimo cifra-se em 2.500 Francos CFA. Os produtores nacionais queixam-se dos preços de venda que não compensam os custos de produção e outros gastos inerentes ao transporte da banana para a fronteira.
Reclamam que, nas vendas, os congoleses, geralmente, é que estabelecem e ditam os preços em prejuízo do produtor nacional. “Temos de aceitar a jogada deles, porque se não vendemos o produto se estraga e nós ficamos no prejuízo. Mais vale pouco que nada”, lamentou um produtor nacional à nossa reportagem, no Massábi.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda