Através de um estudo encomendado pelo Grupo Carrinho, a consultora Deloitte afirma que o baixo índice de mecanização, fraco apoio dos bancos ao sector de produção e dependência de mão-de-obra estrangeira na actividade do campo concorrem entre os factores que atrasam o desenvolvimento da indústria agrícola nacional
Segundo a Deloitte, 22 desafios devem ser ultrapassados pela indústria agrícola para, no médio prazo, colocar o país entre os mais bem sucedidos em produção e exportação de bens de produção agrícola, com destaque para o baixo grau de mecanização, que dificulta o aumento da produção, sistemas de irrigação precários, escassez de recursos financeiros e falta de confiança dos bancos na disponibilização dos fundos. Estas 22 insuficiências assentam em quatro desafios que a Deloitte destaca no estudo, nomeadamente o acesso a factores de produção, o acesso a recursos financeiros, capacitação pessoal e infraestruturas inadequadas.
A Deloitte reforça ainda que, entre as insuficiências do sector agrícola angolano, o sector financeiro carece fortemente de habilidades, incentivos e conhecimentos para direccionar e atender o sector agro-alimentar, pautando também as elevadas taxas que se praticam no mercado bancário doméstico como entraves do agronegócio no país.
Da lista de insuficiências, os peritos da Deloitte também apontam, no capítulo de acesso a factores de produção, que as técnicas de produção são ineficientes, grande parte dos solos são ácidos e com forte presença de ferro, o que dificulta a absorção de adubos simples por parte das plantas. O difícil acesso a variedades de sementes mais eficientes e certificadas, fraca protecção contra pestes e doenças e, como já mencionado, os sistemas de irrigação precários dificultam o aumento da produtividade e limitam o cultivo a apenas uma colheita por ano, repercutindo assim no desenvolvimento da actividade agrícola doméstica.