O caso foi esclarecido em menos de 24 horas, em função de um trabalho que o Serviço de Investigação Criminal, através da direcção central de operações, onde várias brigadas obtiveram informações que permitiram a detenção de quatro cidadãos nacionais.
De acordo com o superintendente chefe de Investigação Criminal e porta-voz do SIC-Geral, Manuel Halaiwa, entre os detidos dois pertencem a duas empresas de segurança. Os dois cidadãos estavam em serviço de vigilantes no bairro do Patriota, na rua onde residia a vítima, que em vda atendia pelo nome de Francisco Rosário Lisboa, de 45 anos de idade, funcionário do banco BAI.
Os indivíduos foram detidos pelos crimes de homicídio classificado, visto que assaltaram uma residência, no bairro Patriota e sequestraram o proprietário – que foi dado como desapareci- dona madrugada de Terça-feira.
Feitos os apelos nas redes sociais sobre o seu desaparecimento, o SIC começou a investigação. Um dos cidadãos implicados no acto estava directamente envolvido na venda de uma viatura, de marca Ford Ranger, que tinha sido roubada num assalto no Patriota, como confessou o acusado.
A partir deste, o SIC chegou aos restantes elementos. Entre os detidos está Vado, electricista de profissão, Félix, o sobrinho do mentor da acção, ladrilhador e em simultâneo foram detidos o cabecilha, identificado por Bruno Feliciano Campos, de 43 anos de idade, segurança da empresa Levítico.
Bruno Campos é segurança da casa vizinha do malogrado, aliciou o seu sobrinho para praticarem o acto, e arquitectaram o plano durante duas semanas. Depois de escalarem o muro da residência da vítima, a amarraram e levaram alguns pertences.
“Levaram a sua viatura e se dirigiram para o município do Kilamba Kiaxi, no bairro da Fofoca, local onde foi torturado até à morte, tendo abandonado o corpo junto a uma vala”, disse Halaiwa.
O corpo foi encontrado no dia seguinte e depositado na morgue central do Hospital Josina Machel, como desconhecido. Os factos foram ligados depois da detenção dos indivíduos, que confessaram de forma espontânea e deram a conhecer às autoridades o que tinha sucedido. Por agora, diligências prosseguem para deter outros dois envolvidos, que já estão identifica- dos, segundo Manuel Halaiwa.
Meandros de um crime bárbaro
Quando eram 20 horas da última Terça-feira, os meliantes entraram na casa do malogrado. A vítima chegou a casa e ainda conversou com o segurança, o Bruno, e de seguida se dirigiu para o interior da residência, tendo minutos depois saído para regar as plantas.
Neste momento, o segurança chamou um outro cidadão identificado por William, para ver a vítima, e os meliantes escalaram o muro, numa altura em que a cerca eléctrica já tinha sido desligada pelo segurança.
Entraram no interior da residência e se dirigiram ao quarto da vítima, tendo sido surpreendido com uma arma de fogo na sala. Fitacolaram os braços da vítima, pediram-lhe dinheiro, mas a vítima disse que não tinha valores em mão, e que o multicaixa estava na carteira, pelo que poderiam pegar.
Depois, saíram da residência da vítima e se dirigiram para um lo- cal baldio e escuro, onde começaram a torturá-lo inclusive com bloco de cimento na cabeça, até conhecer a morte. Os acusados deixaram o local do crime e se dirigiram ao bairro do Soba Kapassa, por trás do Hospital Geral de Luanda, onde deixaram o carro sob o controlo de um segurança.