O único hospital do 3.º nível na região centro-sul do país, Dr. Walter Strangway, completou, no dia 12 do mês em curso, quatro anos desde a sua inauguração. Segundo o seu director, neste período, foram realizadas 37 mil e 936 cirurgias nos vários serviços disponíveis, com o destaque para a ginecologia obstetrícia
O Hospital Dr. Walter Strangway, localizado na cidade do Cuito, província do Bié, foi inaugurado no dia 12 de Setembro de 2020.
Passados quatro anos, a direcção faz um balanço positivo, na medida em que os principais objectivos da sua criação têm sido alcançados, com destaque para a prestação de assistência médica e de enfermagem de excelência.
Em entrevista com o jornal OPAÍS, o director geral do hospital, David Abel, afirmou que durante os quatro anos, a sua equipa reduziu, significativamente, as evacuações de doentes para outroshospitais,principalmente para as províncias do Huambo, Benguela, Luanda, bem como para fora do país.
Durante os quatro anos, foram atendidos 464 mil e 319 doentes, dos quais 312 mil e 42 nas consultas externas e 103 mil e 652 no banco de urgência.
As patologias que registaram maior número foram os traumatismos, com 51 mil e 783 utentes, doenças do foro ginecológico, com 43 mil e 231 pacientes, doenças respiratórias, com 34 mil e 675 registos, entre outras.
Foram internados 48 mil e 625 doentes em vários serviços e especialidades, bem como realizadas 37 mil e 936 cirurgias e destas, sete mil e 203 são do foro ginecológico e obstétrico, serviço geral, 4 mil e 388, ortopedia e traumatologia, 2 mil e 902, outros como ORL, urologia, oftalmologia, neurocirurgia, cirurgia plástica, que cada um registou mil e 835.
Ao nível do serviço de hemodiálise foram atendidos 255 doentes, provenientes de várias províncias e se realizaram 26mil e 471 sessões de diálise.
David Abel referiu que foram realizadas várias campanhas cirúrgicas, com destaque para 12 campanhas sobre fístula obstétrica, tendo sido operadas mil e 178 mulheres; uma campanha de cirurgia de lábio leporino, com 244 cirurgias realizadas; e uma campanha de cirurgia de bócio, com 56 cirurgias realizadas.
Realizaram ainda duas campanhas de cirurgia de hérnia, com 88 cirurgias, e, igualmente, duas campanhas de construção arteriovenosa de doentes de hemodiálise, com 40 doentes operados.
Sendo um hospital do 3º nível, e único na região, a procura dos utentes é maior, para quase todos os serviços, sendo os principais serviços solicitados a cirurgia geral, cardiologia, ortopedia e traumatologia, estomatologia, ginecologia e obstetrícia.
Hospital carece de especialista em cirurgia pediátrica
Dos mais variados serviços que tem disponíveis, esta unidade sanitária carece de especialista em cirurgia pediátrica, pelo menos dois, para que os doentes não sejam transferidos para a província de Luanda, sobretudo os casos de recém-nascidos.
Para além de dois especialistas em cirurgia pediátrica, o hospital precisa também de um especialista em anatomia patológica e um laboratório de audiometria.
As principais causas de internamento no hospital Walter Strangway são as doenças respiratórias, os traumatismos, a malária e as doenças do foro da ginecologia e obstetrícia David Abel contou que com a existência do hospital Walter Strangway, na província do Bié, existe actualmente uma minimização dos custos na procura de cuidados de saúde noutras províncias próximas.
Um dos impactos grandes ao nível da província é a existência do elevado número de campanhas de cirurgias realizadas neste hospital, com o objectivo de reduzir as listas de espera e, também, ajudar na partilha de conhecimentos entre os profissionais.
A unidade sanitária tem contribuído na formação de profissionais nas várias especialidades médicas e cirúrgicas e é visto como um centro de estágios para licenciaturas e pós-graduação, de universidades e institutos médios e superiores sediados na província, e não só. No aspecto da formação, salientou a existência de 128 médicos internos de especialidades, entre os quais cinco estão a ser formados no Brasil.