A acusação foi feita recentemente em entrevista exclusiva a este jornal, pelo então secretário provincial do SINPROF na Huíla, João Francisco, que, segundo disse, foi suspenso provisoriamente das suas funções no Sindicato Nacional dos Professores, num Despacho do presidente desta organização sob o N° 023/2024, assinado no dia 22 de Agosto do ano em curso.
De acordo com o documento, assinado por Guilherme Silva, foram suspensos os senhores Alberto Daniel Pembele, secretário da província de Luanda; António Mateus Júlio, secretário para a Educação e Formação de Luanda; António Ngola Mukanda, secretário provincial do Cuando Cubango e Fátima Maria José Pereira, coordenadora do Conselho Fiscal Jurisdicional do Secretariado Provincial do Sul.
No mesmo despacho, estão igualmente constituídos arguidos em processo disciplinar os filiados Fernando Tomé Laureano, ex-secretário provincial de Luanda e João Francisco, ex-secretário provincial do SINPROF na Huíla.
Para João Francisco, esta situação deve-se ao facto de Fernando Tomé Laureano ter manifestado a sua intenção de concorrer para a liderança de Guilherme Silva, no Congresso que vai decorrer em Luanda, de 17 a 19 do mês e ano em curso.
Por outro lado, o actual secretário provincial da Central Geral dos Sindicatos Livres e Independentes de Angola (CGSILA) disse que em momento algum foi chamado para prestar qualquer declaração sobre a sua suposta má conduta, que culminou com a sua suspensão.
Apesar de já ter sido tomada, João Francisco afirmou que a decisão do Presidente do Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF) já vem de há muito tempo, mas nunca tinha encontrado “terreno fértil” para a sua efectivação. “No dia 17 de Agosto realizamos o nosso Conselho Nacional Extraordinário, onde aprovamos a convocatória do Congresso, a agenda e o lema do mesmo.
De lá para cá estávamos à espera que todos os órgãos a nível superior pudessem entrar em gestão, o que significa que estes não podem tomar decisões extremas, as funções ficam suspensas, até à realização do congresso”, explica.
O entrevistado diz ter ficado espantado, pois naquela reunião surgiram alguns comentários sobre um suposto áudio onde alguns colegas falam mal da Presidência e do Secretariado Nacional do SINPROF, mas o Conselho deliberou que não seria o momento de se criar mais lamúrias ou mau clima, tendo em conta que se estava no fim do mandato.
“Por norma é uma deliberação do Conselho Nacional que deve ser respeitada por todos, inclusive pelo próprio presidente, mas a dado momento e, nos grupos das redes sociais, o áudio foi tornado público, supostamente por ordens do presidente do SINPROF”, acusa.
João Francisco afirmou que com esta atitude, o presidente cessante do Sindicato Nacional dos Professores usou o seu poder para violar os Estatutos da organização que defende a democracia em todas as instituições sociais e políticas.
POR:João Katombela, na Huíla