Miguel Francisco, André Capita, Anselmo Luemba, Alberto Jacinta e Miguel Puna, que faziam parte de um grupo de 16 pescadores detidos pelas autoridades marítimas gabonesas, chegaram a Cabinda, na Quinta- feira, via Ponta-Negra, Congo Brazzaville, acompanhados por dois funcionários da embaixada angolana em Libreville, Gabão.
Num processo bastante com- plexo, devido à reincidência de alguns pescadores, as autoridades do Gabão não acolheram a justificativa de avaria das embarcações e o grupo de cinco pesca- dores foi julgado e condenado a 24 meses de prisão por pesca ilegal em águas territoriais daquele país.
Nove, dos 16 pescadores, que se encontravam em prisão preventiva, foram libertados o ano passado, por indulto presidencial, enquanto os corpos de dois deles que faleceram foram repatriados para o país.
No posto fronteiriço de Massábi, 90 quilómetros a norte da cidade de Cabinda, onde o jornal OPAIS esteve para reportar a sua chegada, os pescadores manifestaram a sua satisfação pela libertação e descreveram as peripécias que passaram durante 20 meses na cadeia central de Liberville.
Agradeceram o apoio da em- baixada, sobretudo na questão da alimentação, que aliviou o seu sofrimento, já que apenas uma vez por semana tinham direito à refeicções. A odisseia começou no dia 26 de Julho de 2022, quando os seis pescadores (incluindo o falecido João Lelo Tula) embarcaram nu- ma chata de fabrico artesanal para mais uma actividade de pesca.
Após algumas milhas de navegação, referiram a este jornal, a embarcação registou uma avaria e a mesma foi arrastada pela correnteza das águas para o território do Gabão, sem nada poderem fazer.