Cristina Guilherme afirmou estar consciente das situações por que muitas famílias passam, sobretudo para obter o assento de nascimento, não fosse ela um quadro da casa. Daí que o seu foco, enquanto perdurar a sua comissão de serviço, vai ser a conservatória de comarca, onde tais constrangimentos – como os descreveu – volta-e-meia, vão acontecendo.
“Conheço a conservatória como ninguém. Vamos trabalhar no sentido de acabar com essas dificuldades. Aquela casa também não foi bem concebida para a situação actual, mas vamos trabalhar no sentido de melhorar”, considera.
De acordo com a delegada da Justiça e Direitos Humanos, há, igualmente, a necessidade imperiosa de se trabalhar na melhoria do atendimento ao público, consubstanciado, essencialmente, na forma como os utentes têm sido expostos.
“Vamos trabalhar no sentido de melhorar o atendimento aos cidadãos”, promete, ao considerar que o processo de registo pós-parto, visando atribuir documento de cidadania a recém-nascidos em unidades sanitárias, apresenta um quadro satisfatório, embora se tenha referido a algumas dificuldades por que determinadas maternidades passam.
“Temos algumas maternidades a funcionar. Pronto, com algumas dificuldades que o próprio cidadão também tem nos causado, porque não estão preparados para esses serviços. Eu venho da De- legação Municipal da Baía-Farta. Temos um posto instalado há mais de um ano e temos uma estatística muito pobre”, frisou.
Para o sucesso desse processo de registo, ela gostaria de contar com a colaboração de algumas autoridades tradicionais, na perspectiva de consciencializar as pessoas sobre a necessidade de registar os filhos logo à nascença.
Segundo a actual delegada da Justiça e dos Direitos Humanos, no seu pelouro, está em curso um processo de reestruturação, tudo a pensar na preocupação de cidadãos em obter documentos de atribuição de cidadania, com destaque para o bilhete de identidade.
“Pôr o serviço lá onde está o cidadão também é prioridade do ministério e, obviamente, para a delegação provincial. A minha grande linha de força é humanizar os serviços. Claro que o primeiro beneficiado é sempre o cidadão”, garante Cristina Guilherme, quadro da Justiça há 17 anos, que substitui no cargo Celso Ndonvala.
Cristina Guilherme realça que vai ficar à frente de um sector com muitos desafios e diz ter recebido garantias do Governo de Benguela, na curta audiência que manteve com o vice-governador para o sector técnico e de infra-estruturas, Adilson Delany, para os ultrapassar.