O delegado do MININT sublinha que a Polícia Nacional, na ingente tarefa de combater a criminalidade, registou, no último trimestre deste ano, um total de 878 crimes de natureza diversa, tendo se verificado uma redução de 434, se comparado ao período anterior.
Aristófanes dos Santos destaca, pois, a julgar pela sua gravidade e sequência, 18 crimes de homicídios, 37 de abusos e agressões sexuais.
Os dados por si avançados apontam, igualmente, para 265 furtos e o mesmo número de roubos, bem como 26 tráficos de menor.
Importa referir que, deste total registado, foram esclarecidos 474 crimes, tendo resultado na detenção de 476 cidadãos suspeitos”, dá conta o oficial superior.
Relativamente à sinistralidade rodoviária, o comandante provincial revelou o registo de 203 sinistros, que resultou na morte de 49 cidadãos.
‘‘Permita-me dizer que os atropelamentos foram a natureza que maior se evidenciou, com 84 casos, menos 11 acidentes, cujas consequências foram 19 mortos, menos 4 e 81 feridos”, acentua.
Contas feitas por este jornal, na base dos aludidos dados avançados por Aristófanes dos Santos, sugerem que, nos últimos três meses, morreram em Benguela, por homicídio e acidente de viação, um total de 86 cidadãos, números que, entretanto, deixam a Polícia Nacional sob aviso.
Santos sustenta que os dados estatísticos ora expressos o deixam profundamente preocupados e, certamente, deverão servir de profunda reflexão para todos, fundamentalmente no que respeita à salvaguarda e a preservação do bem ‘vida’, daí ter sugerido que todos, de forma unida, promovam a elevação e fortalecimento do sentimento de confiança das populações.
“Cultivando, permanentemente, o paradigma polícia-cidadão e, por outro lado, chamar atenção aos utentes da via quanto aos cuidados inerentes à sua utilização”, apela.
E, conforme disse também, “continua a ser preocupação o caso registado de delinquência juvenil, caracterizado em roubos, furtos, desordens, rixas, ou uso de objectos contundentes e armas brancas, com particular incidência nas áreas periféricas nas cidades de Benguela e Lobito”, manifesta, ao chamar atenção às famílias para a necessidade de procederem ao acompanhamento desejado a menores que tenham sob sua tutela.
“A polícia não pode fazer aquilo que os pais não fazem. A educação deve ser feita em casa”, adverte o delegado do MININT na província de Benguela.
Ele frisou, referindo-se, deste modo, ao Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, que esse órgão reporta, no período em referência, 181 ocorrências, destacandose 29 incêndios de pequenas proporções, 30 acidentes de viação, 15 desabamentos de residências, 16 afogamentos, duas presumíveis mortes por suicídio, três derrames de combustível, uma morte por electrocussão e 21 descargas atmosféricas.
Aristófanes dos Santos aponta a negligência como principal causa, consubstanciada no manuseamento de materiais inflamáveis e a consequente falta de observância de regras que os cidadãos devem ter em conta, sobretudo em zonas balneares.
Nesta perspectiva, Aristófanes dos Santos salienta que, a nível da província de Benguela, o estímulo à reintegração social e laboral de reclusos e a sustentabilidade económico-financeira do sistema prisional tem constituído preocupação da sua delegação em Benguela.
Neste sentido, assegura o responsável, tudo tem sido feito, numa estreita parceria com o governo local e o Ministério do Interior, no sentido de se elevar o nível de satisfação, habitabilidade e acomodação de reclusos.
O comandante revelou, igualmente, dados relativos ao Serviço de Migração e Estrangeiros. Ela deu conta do controlo de 1561 cidadãos estrangeiros, 273 dos quais com autorização de residência, 838 dispondo de visto de trabalho, “52 com visto de permanência temporária, 4 vistos de investidores, 56 refugiados e 328 requerentes de asilo”, declara.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela