Dez mil e 118 cidadãos, ávidos por ingressarem no ensino superior, concorrem para as quatro mil e 605 vagas que a universidade Agostinho Neto (UAN), através das suas sete faculdades, dois institutos e uma escola, têm disponíveis para o ano académico 2024/2025. Os exames de acesso decorrem de 19 a 21 do corrente mês
A vice-reitora para os Assuntos Académicos da UAN, Fernanda Costa dos Santos Benedito, revelou ontem, em Luanda, que receberam um total de 12 mil e 381 inscrições, porém somente 10 mil e 118 inscritos reúnem os critérios exigidos.
Os dados desta instituição indicam ainda que o curso de economia foi o que recebeu maior número de candidatos, com três mil e 250, ao passo que o de filosofia foi o que menos candidatos recebeu.
Das quatro mil e 605 vagas disponíveis, dois mil e 475 são para o período regular e duas mil e 130 para o pós-laboral. Na qualidade de coordenadora da Comissão Institucional de Acesso ao Ensino Superior, afirmou que, dentre elas, mil e 545 são dos cursos de ciências exactas, três mil e 15 para ciências sociais e 45 para o curso de biologia.
“Do ponto de vista percentual, 34% das vagas estão reserva- das para área das ciências exactas, 65% para ciências sociais e humanas e 2% para o curso de biologia”, detalhou. Segundo Fernanda Benedito, todo o processo de inscrição e realização dos exames é suportado por uma solução tecnológica, desenvolvida por docentes e estudantes da UAN.
No que toca aos critérios de admissão, explicou que tem como base o Decreto Presidencial 5/19, que regula o acesso ao ensino superior estabelecer que o processo é auto-sustentado.
Este diploma legal obriga as instituições do ensino superior a reservarem vagas para candidatos do regime especial, 3% em cada curso e período, para os antigos combatentes e descendentes de combatentes tombados ou perecidos.
Estabelece ainda que deve ser reservado igualmente 3% de vagas para os candidatos portadores de necessidades educativas especiais, em cada curso e período, de igual modo são também reservadas 5% para os candidatos protegidos por acordos internacionais firmados entre o Estado angolano e outros países.
Uma das exigências para se efectuar as inscrições é a de que a formação de nível médio, ou melhor, do ensino secundário, do candidato deve estar relacionada com a do curso superior que pretende frequentar.
De acordo com a vice-reitora para os Assuntos Académicos da UAN, os descendentes de antigos combatentes e os portadores de necessidades educativas especiais concorrem entre si e, tal como os outros candidatos, são também obrigados a cumprir o que está regulado. “Às vezes sentimos que há uma interpretação errada.
As pessoas ficam com a ideia de que sendo descendente de antigo combatente perecido está garantida automaticamente uma vaga na universidade”, esclareceu Fernanda Benedito.
Explicou ainda que a nota mínima é 10, mas esta nota positiva não garante necessariamente o acesso, tendo em conta que há um número limitado de vagas.
Assim sendo, vão fazer admissão por ordem decrescente, isto porque já registaram casos em que um candidato com 13 ou próximo dos 14 não ingressou. Pelo facto quanto maior for a nota, mais oportunidade tem de entrar.
Número de inscritos por instituição
O vice-reitor para os Assuntos Científicos e de Pós-graduação da UAN, João Baptista, afirmou que a faculdade de Ciências Naturais registou mil e 446 inscrições, a de Engenharia, dois mil e 686, a de Direito, mil e 658, a de Economia, três mil e 250, a de Humanidade 632, Ciências Sociais dois mil e 40 e a Escola de Hotelaria 120.
Já o Instituto de Ciências da Saúde registou 372 candidatos e o Instituto de Educação Física e Desporto 174. O coordenador adjunto da comissão de acesso explicou que as áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática registaram quatro mil e 132 inscrições, perfazendo 33%.
Ao passo que as áreas das Ciências Sociais e de Humanidade registaram oito mil e 250, o que corresponde a 66,6%. “Se candidataram 10 mil e 118, resultante de 12 mil e 384 inscrições. A disparidade está relacionada ao facto de que um candidato opta por duas opções”, frisou.
Por seu turno, o pró-reitor para Cooperação e Extensão da UAN e coordenador da Subcomissão de Comunicação, Sabino Ferreira do Nascimento, fez uma incursão sobre o cronograma de actividade de acesso à UAN.
Explicou que este processo, que foi encerrado terça-feira, entrou agora na segunda fase, em que a equipa técnica passará a trabalhar na constituição das turmas. Um processo que está concluído e hoje se dará início à publicação das listas, de modo que os candidatos possam, com antecedência, verificar os seus nomes e saber das salas em que irão realizar as provas de acesso ou reclamar, caso for necessário.
Campus universitário aberto aos candidatos
Sabino do Nascimento disse que os candidatos podem visitar o portal da UAN e o Campus Universitário, de modo a terem o contacto físico com o espaço que vai acolher os exames de acesso, que serão realizadas nos cinco diferentes edifícios.
Sublinhou que as provas vão decorrer de 19 a 21 do mês em curso, sendo que os candidatos do curso de biologia vão realizar no 1.º dia e num único período.
O dia 20 está reservado para o exame da área das ciências exatas, que se prevê que seja realizado em dois períodos, e no dia 21 será a prova da área de ciências sociais e humanas.
Segundo a fonte, os resultados serão publicados no dia 26 e de seguida o período de recepção de reclamações. De acordo com Sabino do Nascimento, caso não venham a preencher as vagas disponíveis na primeira chamada, será feita uma segunda, no mês de Setembro, tendo em conta que o processo vai fechar no dia 20 do mesmo mês.