De forma a dar resposta aos problemas de saúde mental que têm aumentado e afectado a vida de muitos cidadãos, a província de Luanda irá ganhar um novo hospital psiquiátrico, de acordo com o anúncio feito ontem pelo governador de Luanda, Manuel Homem, por ocasião do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio
A garantia foi passada na primeira conferência provincial de Saúde Mental e lançamento da campanha Setembro Amarelo, aberta pelo governador provincial de Luanda, Manuel Homem, no hospital especializado Neves Bendinha, sob o lema “Mudando a Narrativa sobre o Suicídio”.
“Já estamos a dar os passos necessários para identificar um novo lugar para a construção de um novo Hospital Psiquiátrico, para darmos resposta a essa preocupação que nós hoje sentimos um pouco por toda a província. Por outro lado, os doentes de saúde mental precisam de cuidados adicionais”, disse Manuel Homem.
Neste evento, que buscou promover a valorização da vida, do cuida- do, da dignidade, e a consciencialização sobre a prevenção do suicídio, o coordenador provincial do Programa de Saúde Mental a nível de Luanda, Sebastião André, disse que nos últimos seis meses, isto é, de Janeiro a Junho, o Serviço Nacional de Saúde Mental registou cerca de 10 mil casos de saúde mental e que, neste mesmo período, o país perdeu 3 mil pessoas por suicídio.
Sebastião André considera as estatísticas preocupantes, sendo que cerca de mil casos de transtornos que levam ao pensamento de suicídio foram registados a nível da província de Luanda.
“Nos últimos 6 meses, os Serviços de Saúde Mental a nível da província de Luanda registaram um total de dez mil e 47 casos, desses, o que mais preocupa são os transtornos de humor, que aparecem com o total de mil e 678 casos, com diferentes transtornos de humor, e casam com as reacções suicidas, e caso não haja a intervenção devida, temos muita gente a atentar contra a sua própria vida”, disse o coordenador provincial do Programa de Saúde Mental.
Massoxi Vigário, coordenadora nacional de Saúde Mental, quando tomou a palavra, realçou que o suicídio já é um problema de saúde pública não só em Angola, mas em todo o mundo, sendo que ele está entre as 10 primeiras causas de morte no mundo, e dados apontam que, a cada suicídio acontecido em 40 segundos, há dez pessoas a tentarem tirar a vida.
No mês passado, em ocasião do lançamento do Concurso de Saúde Mental, esta responsável fez saber que a escassez de infra-estruturas, recursos humanos especializados e recursos financeiros são os motivos da redução da disponibilidade dos Serviços de Saúde Mental em Angola para execução das acções prioritárias.
Os de 24 aos 49 anos de idade são os mais afectados com transtornos mentais, seguidos dos adolescentes entre 15 e 24 anos, só depois a faixa etária mais adulta, entre os 50 e os 60 anos, sendo que os factores que mais concorrem são problemas familiares, financeiros e a pobreza.
POR:Stélvia Faria