São pessoas próximas. Mirelson, 21 anos de idade, vizinho, Baptista Dala, 27 anos de idade, sobrinho do do- no da casa e Matias Teca, 61 anos de idade, proprietário da residência e efectivo da Polícia Nacional, todos terminaram mortos.
A informação primária falava em quatro mortes, por intoxicação de gases estranhos. Entretanto, familiares e o único sobrevivente, em declarações ao OPAÍS, contaram a versão real. Segundo disseram, foram apenas três mortos. Mirelson, 21 anos de idade, vizinho, Baptista Dala, 27 anos de idade, sobrinho do dono da casa, e Matias Teca, 61 anos de idade, proprietário da residência e efectivo da Polícia Nacional, que estava em via de ser reformado.
Segundo Edgar Teca, filho do proprietário da casa, as três vítimas morreram no dia 10 de Outubro, numa operação de limpeza da fossa séptica, por não terem aguentado a temperatura no interior da mesma, por isso negou a narrativa segundo a qual morreram por intoxicação de produtos.
Aliás, o sobrevivente também nega que neste dia tenha sido usado produtos. “Uma empresa de sucussão de dejetos foi contrata pelo pai, fez o seu trabalho sem usar produtos e, por isso, não queremos acusá-la”, disse o filho do malogrado, que evitou revelar o nome da em- presa.
Antes do infortúnio, o proprietário tinha chamado uma empresa para a retirada dos dejetos. Essa, segundo familiares das vítimas, fez o seu trabalho e não usou nenhum produto. Depois, a fossa começou a receber água do tanque que está bem ao lado, no quintal. Havia então a necessidade de se retirar a água.
Para o efeito, um vizinho, Mirelson, 21 anos de idade, vizinho, ofereceu-se para retirar as águas, em troca de um valor, não revelado. Entrou na fossa e não aguentou a temperatura e o cheiro, tendo caído. Mesmo com a tentativa de socorro pelos presentes com o lançamento de uma escada, jamais levantou.
Dado o sucedido, o sobrinho do dono da casa, entrou na fosse e também não saiu. A gravidade da responsabilidade que o proprietário da casa acarretaria o levou também a tentar salvar os dois corpos, mas acabou por ser a terceira vítima mortal.
De acordo com Edgar Teca, o filho, apesar de terem pedido ainda o socorro de um vizinho que levou as vítimas para um dos hospitais mais próximos, todos chegaram já mortos, com excepção do sobrevivente, que preferiu o anonimato, e demonstra olhos amarelados e sequelas psicológicas, não estando ainda a contar a história em condições.
Os bombeiros estiveram no local, muito tarde, não tendo encontrado os corpos. O Serviço de Investigação Criminal (SIC) também, e ainda não esclareceu as reais causas das mortes.
Famílias sem condições para realizarem funerais
Por enquanto não há data para os funerais. Os óbitos do proprietário da casa e do seu sobrinho decorrem no bairro Capalanca, em Viana, enquanto o do vizinho decorre no Golf 2. Segundo fontes familiares, os três deixaram filhos e viúvas.
Em relação ao funeral do prioritário da casa, Matias Teca, efectivo da Polícia Nacional, está a depender da corporação, pelo facto de a família não ter condições. “Neste momento, nem água para dar às pessoas temos”, lamentou o filho, Edgar Matias.
A família lamenta também o facto de a Administração Municipal de Viana não dar o rosto diante da morte dos seus três munícipes.
POR:José Zangui