Um total de Quatro mil e 46 populares que habitam nas margens do rio Kwanza, na comuna de Massangano, município de Cambambe, província do Cuanza-Norte começaram a abandonar as suas residências para evitar riscos de inundações que podem decorrer das descargas das albufeiras das barragens de Laúca e Cambambe.
Trata-se das localidades de Carinda, Ngolo, Cambondo, Cassequel, Kixingango, Lola, Maculumbi, Mulende e Musseque Cariapuco.
A informação foi prestada, esta sexta-feira, no Dondo, pelo administrador municipal de Cambambe e coordenador da comissão local de protecção civil, Adão António Malungo.
Segundo o responsável, a administração está desprovida de meios para acudir aquela população, que aguardava apreensivamente pelo momento da abertura das comportas das barragens de Laúca e Cambambe.
No total, 674 residências e igual número de famílias dessas localidades poderão ser afectadas pelas inundações.
Por falta de meios de acolhimento na área, muitos populares estão a abandonar, por conta própria, as suas habitações e estão a ser alojados temporariamente em casas de parentes ou arrendadas, no Dondo, sede do município.
Desconhece-se, até agora, o número de populares que já deixaram as localidades com riscos de inundações.
A abertura das comportas das duas barragens estava prevista para quinta-feira antes de ser reagendada para sexta-feira.
Estas descargas acontecem todos os anos, entre Outubro e Abril, com vista à regularização do volume de água nas barragens, mantendo a quantidade suficiente para o seu normal funcionamento.
Em 2023, mais de oito mil populares viram as suas residências e campos de cultivos inundados, por causa das cheias do rio Kwanza, provocadas pelas descargas das albufeiras das referidas barragens.