Os países como a Hungria, Portugal, Brasil, Rússia e França são os possíveis destinos dos jovens com o intuito de lá se formarem, através de uma bolsa de estudo ou por autofinanciamento.
Mas, um grupo de 20 estudantes, diz estar a ter dificuldades para atingir este desiderato, logo a partir do ministério de tutela. Francisco Pedro, um dos estudantes nesta situação, e por sinal aquele que se apresenta como representante do grupo, afirma já ter praticamente o ano lectivo perdido, tal como os seus colegas, pois as inscrições no estrangeiro vão de 5 a 20 de Janeiro, e parece ser impossível ir a tempo de o fazer.
O jovem de 29 anos de idade, residente no bairro Palanca, município do Kilamba Kiaxi, não vai por bolsa e sim autofinanciamento, e diz que deu a entrada dos documentos em Dezembro do ano passado e o levantamento dos mesmos estava previsto para o dia 3 de Janeiro do ano em curso.
“O que acabou por não acontecer por uma falta de sistema no Ministério da Educação”, sublinhou.Francisco concluiu o ensino médio no curso de Ciências Económicas e Jurídicas e pretende viajar a Portugal para cursar Hotelaria e Turismo.
O jovem, tal como os outros, recebeu do ministério [da Educação] um prazo de entrega dos documentos, mas isso dificultaria a viagem do mesmo. A resposta que lhes foi dada é que entregariam os documentos autenticados depois de 30 dias, mas acreditam que, findo este período, já terão perdido a viagem.
“Em casos normais, este processo demora apenas cinco dias”, atirou um estudante insatisfeito e surpreso com a invulgar situação por que está a passar. Os estudantes dizem ainda que não é a primeira vez que ocorre esse problema, e Francisco confirma, pois no ano passado tiveram o registo de um dos encarregados que passou por isso, duas vezes, e o problema continua a ser justificado com a falta de sistema para a estampa.
Diante da situação, os mais de 20 jovens, bolseiros e não só, uniram forças e ainda tentaram se manifestar, junto ao edifício sede do Ministério da Educação, na última segunda (13), mas a acção não teve êxito, uma vez que a maior parte dos lesados sente medo de retaliação.
Entretanto, esta é uma luta que Francisco decidiu abraçar, pelo facto de estar a ver que um procedimento, que devia ser simples, está a prejudicar a viagem de muitos estudantes.
O jornal OPAÍS tentou contactar o Ministério da Educação, através do director do gabinete de comunicação e imagem, Pau- lo Araújo, uma vez que os estudantes reclamam da morosidade por parte do MED, mas este não se mostrou disponível a falar sobre este assunto, tendo sugerido que nos dirigíssemos ao Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE).