A comuna de Massábi, município de Cacongo, é apontada como a principal via por onde os casos da varíola dos macacos poderão imigrar para o território nacional, face a sua aproximação com a aldeia congolesa onde foi notificada a doença.
Por este motivo, a administração municipal do Cacongo reuniu para traçar um plano de contingência para o combate à doença, uma preocupação que já começa a inquietar vários estratos da sociedade.
O administrador local, Armando do Carmo, assumiu ser responsabilidade do governo usar todas ferramentas possíveis de comunicação para despertar os cidadãos de que este problema existe, nos países vizinhos, e que “temos todos o dever de nos precaver”.
Defendeu que os demais responsáveis devem explicar às autoridades tradicionais e às comunidades quais são os métodos de prevenção, como fazer a leitura dos primeiros sinais da doença e denunciar aos serviços competentes de saúde ou mesmo aos órgãos policiais.
Há toda uma necessidade, defendeu, de a secretaria municipal da Saúde trabalhar na promoção de alguns dísticos, cartazes e de alguma publicidade para distribuir nas comunidades.
“Este problema ameaça mais o interior. Temos que potenciar as nossas autoridades tradicionais de conhecimentos básicos para puderem passar a mensagem às comunidades”, defende. Para o administrador do Cacongo, a melhor forma de combater a doença é trabalhar para a sua prevenção e, apesar de a província não registar ainda nenhum caso da doença, não se pode baixar a guarda para nos preocuparmos quando registar- mos casos dentro do nosso território.
“Por isso, vamos afincadamente trabalhar para não permitir que essa doença entre no nosso território”, sustenta. Quanto ao consumo de animais, Armando do Carmo mostrou-se céptico quanto ao cumprimento das medidas que serão impostas pelas autoridades, já que o consumo da carne de macaco é uma cultura em algumas localidades do nosso território.
Por isso, reconheceu não ser muito fácil controlar a situação porque “também sabemos que há fome”, mas, todavia, é bom que as pessoas tomem conhecimento do perigo que há com o consumo da carne de macaco, principal transmissor da doença.
Em relação à movimentação de pessoas nos postos fronteiriços, sobretudo os que entram no território nacional provenientes dos países vizinhos, Armando do Carmo defende a necessidade de se fazer leitura aos sinais que essas pessoas eventualmente venham apresentar para comunicar as autoridades sanitárias.