A liberdade de optar por manter o cabelo ao invés de cortá-lo continua sendo um problema para várias crianças, adolescentes e encarregados de educação, que olham com insatisfação os filhos a serem permanentemente excluídos das aulas por optarem determinado estilo de cabelo que à escola não agrada
Mesmo depois de aflorados debates públicos e manifestações que geraram, inclusive, a saída de uma circular do Ministério da Educação em torno da proibição do acesso às instituições de ensino aos alunos que se apresentam com cabelo longo e extravagante, as escolas continuam a impedir a entrada de alunos que optam por criar o cabelo ao invés de fazer o famoso “escovinho”.
Algumas das recentes denúncias feitas por encarregados de educação vieram do Colégio Nossa Senhora da Anunciação, no Sequele, dando conta que os alunos que preferem criar o próprio cabelo são privados do acesso às aulas, aliás, da porta do colégio não passam sem que primeiro tirem o cabelo que, para muitos, é uma privação do manifesto da própria identidade.
Já agastada por ver o filho de 15 anos, logo no início do ano lectivo, a ser privado das aulas, uma encarregada de educação disse que a direcção dessa instituição simplesmente diz que é uma regra da escola e o encarregado que está desagradado com esta medida deve tirar o filho daquele recinto escolar.
“O menino passou três dias privado das aulas. Ficou pela por- ta do colégio três vezes, pelo que nos sentimos obrigados a diminuir o cabelo até um certo nível, mas eles exigem que o meu filho tire todo o cabelo”, disse a senhora, que preferiu ter sua identidade ocultada para que seu filho não sofra retaliação.
Por sua vez, em contacto com o subdirector pedagógico do referido colégio, Altino Quissanga, este responsável garantiu que, nesse período, nenhum aluno deixou de participar das aulas por conta do cabelo, mas que, sim, é regra da escola que os alunos não podem se apresentar com o cabelo “extravagante”.
POR:Stélvia Faria