A entidade eclesiástica defendeu que os benefícios económicos gerados pela exploração de diamantes em Angola estão a tornar-se visíveis, embora ainda sejam insuficientes para atender às necessidades das comunidades locais.
Falando durante a segunda Conferência Internacional de Diamantes de Angola (AIDC-2024), Dom Imbamba destacou que o maior desafio reside na necessidade de uma intervenção mais profunda e consistente para que a riqueza oriunda dos diamantes contribua de forma efectiva para o progresso social e humano.
“É necessário que o impacto dos diamantes se faça sentir na transformação da consciência e mentalidade, para que as pessoas percebam que a riqueza deve estar ao serviço do bem comum”, disse o arcebispo da Lunda-Sul.
Enfatizou que, além de enriquecer os cofres públicos e privados, os lucros gerados pelo sector devem ser direccionados para melhorar a vida das populações, especialmente nas províncias onde a extracção de diamantes é a principal actividade económica.
Dom Manuel Imbamba alertou para o contraste entre a abundância de recursos naturais e a pobreza vivida pelas comunidades locais.
“Não podemos permitir que as províncias ricas em diamantes sejam habitadas por pessoas pobres. Este contraste, precisa ser mitigado através de acções concretas que façam com que a riqueza sirva a todos”, declarou.
O prelado católico destacou ainda que o caminho para a prosperidade é longo, mencionando a necessidade urgente de com- bater o desemprego e o analfabetismo, que continuam a ser problemas graves nas regiões diamantíferas.
Além disso, o arcebispo chamou atenção para a prevalência do garimpo ilegal entre os jovens, que muitas vezes vêem nesta actividade uma alternativa viável em vez de buscar formação e trabalho formal. “Precisamos formar a nossa juventude para que perceba que o garimpo não é uma actividade sustentável nem benéfica para o seu desenvolvimento.
É necessário criar condições que incentivem os jovens a abandonarem o garimpo e a procurarem alter- nativas que contribuam para o crescimento económico e social da província”, concluiu, Dom Imbamba.
A AIDC-2024 pretende reverter a tendência de desconexão entre a exploração de diamantes e os benefícios sociais para as comunidades, com a expectativa de que o sector desempenhe um papel central no desenvolvimento local e nacional.
POR:Francisca Parente, enviada ao Saurimo