Foi por meio de denúncias anónimas que foi possível deter o acusado, de acordo com as informações que nos foram confirmadas, ontem, pelo chefe do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais, Pedro Cassoma.
Em entrevista ao jornal OPAÍS, Pedro Cassoma disse que o chefe do Bloco Operatório da referida unidade, de 31 anos, para além de retirar de forma fraudulenta os materiais, forjou uma empresa de fornecimento de bens e serviços com vista a facilitar a comercialização dos equipamentos furtados.
Os materiais furtados, de acordo com o Chefe de Departamento de Investigação dos Ilícitos Penais na Huíla, eram vendidos a duas clínicas privadas mediante a emissão de facturas falsas. Os equipamentos que foram adquiridos pelo Estado angolano no valor que rondam os 2 e 5 milhões de kwanzas, eram comercializados pelo então chefe do Bloco Operatório a preços que variavam entre os 150 e 400 mil kwanzas.
“O chefe do Bloco Operatório do Hospital Olga Chaves foi detido porque furtava os equipamentos desta unidade sanitária. Dada a posição que ocupava no hospital, tinha facilidade de se movimentar com os equipamentos, dentro do convénio existente entre esta unidade sanitária e a Maternidade do Lubango.
Porém, sempre que isso acontecia, ele não fazia chegar o equipamento ao destino final”, disse. Depois de ter sido detido, os equipamentos furtados, nomeadamente, monitores, desfibriladores, botijas de oxigénio, entre outros, já foram recuperados. Enquanto se aguarda pela tramitação do processo, o Ministério Público que conduz a instrução do mesmo, constituiu como fiel depositário o Hospital Olgas Chaves, em função da importância que os equipamentos desempenham para as actividades cirúrgicas da referida unidade sanitária.
Denúncia de segurança facilita a detenção de enfermeira
No mesmo período, foi detida, igualmente, uma enfermeira do Hospital Central do Lubango, acusada de furtar diversos medicamentos da maior unidade sanitária da Região Sul do país.
De acordo com a Polícia Nacional na Huíla, a enfermeira, de 35 anos de idade, trabalhava no Banco de Urgência do Hospital Central do Lubango, e aproveitava os momentos que buscava os fármacos para a assistência dos pacientes, para desviar, guardando-os no seu cacifo. “Esta enfermeira foi detida depois de termos recebido uma denúncia dos seguranças do Hospital.
Os seguranças observaram que no momento da renda, a senhora saía com um volume que, pelo tamanho e peso, levantou alguma suspeita. Quando foi feita a revista, deram conta que eram várias do- ses de medicamento. Comunicaram a esquadra e foi feita a detenção”, revelou. No dia seguinte, a referida enfermeira confessou a autoria do cri- me, tendo dito que não era a primeira vez que praticava tal acto. No mesmo dia, foi igualmente detido um maqueiro, também da mesma unidade sanitária, pela mesma prática.