De acordo com a Halo Trust, a maior instituição de caridade de desminagem do mundo, este detector de minas desenvolvido na Austrália é revolucionário, pois pode acelerar a desminagem até 30%, salvando vidas. Testes iniciais realizados em Angola indicaram que esta tecnologia é eficiente e pode salvar dezenas de milhares de vidas anualmente.
“Estou extremamente entusiasmado com os resultados destes ensaios em Angola, um país que sempre foi especial para a Halo Trust. Contudo, esta tecnologia vai viajar muito para além de Angola.
Com mais de dois milhões de minas terrestres colocadas na Ucrânia desde 2022, a remoção de minas terrestres precisa ser mais rápida, mais segura e mais inteligente. Este novo detector será fundamental para cumprirmos a nossa missão de um mundo sem minas”, disse James Cowan, director executivo da Halo Trust.
De acordo com John Shanahan, director executivo da MRead, empresa que comercializa os detectores, explicou que a natureza do solo em Angola, com alto teor de sucata e minas de baixo teor metálico, fez do país o cenário perfeito para testar a nova tecnologia. “Estamos muito satisfeitos com os resultados e com o apoio da Halo Trust.
Embora esta tecnologia tenha sido desenvolvida inicialmente para o sector de minerais, a MRead adaptou-a para apoiar a desminagem humanitária e os testes confirmaram sua eficácia em campos minados reais”, afirmou Shanahan.
Avança ainda que os ensaios também demonstraram que os detectores podem ser operados com apenas 30 minutos de treinamento, permitindo que mais sapadores desempenhem suas funções vitais de forma mais rápida e eficiente.
“Os detectores de nova geração, projectados pela MRead, uma parceria entre a Agência Científica Nacional Australiana (CSIRO), e a empresa RFC Ambrian, utilizam ressonância magnética para identificar minas anti-tanque e anti-pessoal de baixo teor metálico, comuns em campos minados altamente contaminados.
Esta tecnologia inovadora, desenvolvida ao longo de décadas, é capaz de detectar compostos explosivos enterrados sem a necessidade de contacto físico directo com o solo”. A Halo Trust alertou sobre os perigos das minas terrestres, que permanecem invisíveis por décadas, causando mortes, mutilações e prejudicando a economia ao impedir o acesso a escolas, estradas e áreas agrícolas.
Em Angola, por exemplo, são necessárias, em média, 136 escavações para remover uma única mina. No entanto, a nova tecnologia de detecção por ressonância magnética da MRead reduziu significativamente esse número, usando sensores que emitem impulsos de rádio de baixa frequência para detectar a assinatura molecular dos compostos explosivos enterra- dos, disse James Cowan, director executivo da Halo Trust.