A água, fonte essencial de vida, que consumimos pode-se transformar em uma ameaça silenciosa quando contaminada por agentes patogênicos. O consumo de água não tratada representa um perigo invisível para a população e para a saúde pública, tendo em conta que pode ser uma sentença para diversas doenças.
De acordo com a directora do Hospital municipal do Tômbwa, Adelina Capanda, as doenças diarreicas agudas, frequentemente causadas pela ingestão de água contaminada, lidera a lista, com a apresentação de sintomas, leves ou graves, como a própria diarreia, vômitos, febre e desidratação, podendo levar a complicações sé- rias, especialmente em crianças e idosos.
Segundo a directora da instituição, só no primeiro trimestre de 2024, o hospital municipal do Tômbwa registou um total de mil e 488 casos de doenças diarreicas agudas. “Os números representam uma preocupação, por isso lançamos um apelo sobre a qualidade da água consumida, uma vez que o problema persiste e muitas vezes é negligenciado”, sustenta.
Referiu que, para dar resposta a essa crise de saúde pública, a sua instituição tem intensificado os esforços educacionais, promovendo campanha de sensibilização para os pacientes e munícipes, de forma a enfatizar a importância do tratamento adequado da água para o consumo. Entretanto, para enfrentar efectivamente o desafio, Adelina Capanda conta que é necessário um esforço colectivo, onde para além das medidas adoptadas pelo hospital, é fundamental que a comunidade local se una e intensifique as políticas de saneamento básico.
“Estas doenças podem levar à morte”
Por seu turno, a directora clínica do hospital Josina Machel, Verónica Lázaro, referiu que esta unidade sanitária também tem recebido alguns casos de pacientes que apresentam patologias ligadas ao consumo de água não tratada, como as doenças diarreicas e febre tifoide.
Estas doenças podem levar à morte, se não forem intervencionadas rapidamente. Para evitarem situações graves, os técnicos de saúde da instituição têm realizado acções de sensibilização, palestras e educação para a saúde, com conselhos de compra de água tratada ou, caso não haja possibilidade, ferver ou desinfectar com lixívia antes de consumir.
Apesar de não registar um número considerável de doenças causadas por consumo de água imprópria, os menos de cinco doentes, entre crianças e adultos, que aparecem por dia, sobretudo no período chuvoso, preocupa a direcção, porque se passar do normal, a equipa de saúde fica em alerta.