A área infra-estruturada perdeu já cerca de 70 postos de iluminação que foram deitados abaixo e 20 cabinas eléctricas vandalizadas para facilitar o roubo dos cabos subterrâneos da rede eléctrica pelos delinquentes, deixando a zona mais insegura
Por: Stela Cambamba
Um dos moradores na área, Luís Maria do Nascimento Cange, adiantou a OPAÍS que reside na zona há mais de três anos, e que na altura era fácil o acesso ao seu condomínio, o residencial Austin e outros. O espaço ao redor era todo iluminado, ao contrário do cenário actual.
“A escuridão tomou conta da via, por conta dos roubos de cabos eléctricos que a zona tem sofrido de um tempo para cá”. Luís Cange afirma que 70 postes e mais de 20 cabines já foram vandalizados, e acrescenta que os assaltantes agem com mais facilidade em terrenos cobertos por capim alto, dificultando assim a sua identificação no período da noite, permanecendo então escondidos.
Eles começam primeiro por desligar sucessivamente os postos até um perímetro de 500 metros, simulando uma avaria. Somos moradores do residencial Camama e salientamos que esta área abrange os condomínios Parque das Acácias, Esplendor das Acácias, Jardim de Rosas fase 1, 2 e 3 Residencial Austin, BPC, Sossego, BCI e Sonho da Casa Própria, contactaram a ENDE, no sentido de denunciarem a situação.
Segundo Luís Cange, um grupo de moradores tem feito rondas no período nocturno e ao constatarem postos sem iluminação, comunicam imediatamente a ENDE que prontamente se desloca ao local e percebem de que se trata de um acto de vandalismo. “Na semana passada, depois da nossa ronda habitual constatamos que dos poucos postos que ainda iluminam a área, nove estavam apagados.
Informamos a ENDE, que prontamente enviou uma equipa técnica ao local e confirmou que tinham sido cortados os fios, estes que foi possível recuperar e repor em funcionamento normal. Os mesmos postos são os que iluminam a via de acesso às nossas casas, e não tem sido fácil passar nesta área de noite”, lamentou Luís Cange. Questionado se até ao momento algum assaltante já terá sido detido pela polícia, declarou que segundo uma fonte da polícia, foram detidos dois cidadãos, cujo informe já foi encaminhado ao Ministério Público, porém desconhecem em que pé o caso
se encontra. Ademais, acrescentou que enquanto não haver uma colaboração entre a polícia, a administração do distrito urbano e o Gabinete Técnico do Governo Provincial de Luanda (GPL), no sentido de os donos dos terrenos que possuem muito capim alto, limparem os espaços que têm facilitado as acções dos vândalos, os roubos vão certamente continuar.
“Acredito que a polícia por si só não está em condições de vigiar todos os postos”. Luís Cange declarou ainda que os postos de iluminação e as cabines na zona do residencial Camama, continuam até ao momento a ser vandalizados, pelo que alertou que é muito ariscado percorrer a referida zona à noite.
Embora alguns postos e cabines destruídos tenham sido recuperados, Luís Cange aconselhou que a vigilância deve ser mantida, e apelado aos moradores e automobilistas que circulem pelas vias do residencial Camama, a denunciarem qualquer anomalia que venham a registar, na esquadra mais próxima, porque a via constitui um bem público.
Dos postes e cabines vandalizados, “alguns foram recuperados, mas temos que continuar a vigiar”, referiu. E acrescentou que “a polícia diz-nos que têm pouco efectivo e meios suficientes para fazer o monitoramento das zonas, pelo que nós, como cidadãos, devemos ajudar a polícia, fazendo denúncias quando virmos alguém a entrar nas cabines e a vandalizar os postos de iluminação”.
adolescente entre os vândalos Francisco Manuel, pedreiro de profissão, confessa que ao longo do desempenho do seu trabalho tem presenciado movimentos de adolescentes com idades compreendidas entre os 15 e 17 anos, que têm furtado os cabos eléctricos.
Os garotos chegam habitualmente ao local às 19 horas, começam a cavar aproximadamente 10 metros, e seguidamente arrecadam os cabos. Francisco acredita que os jovens vivem nas redondezas, porque durante o dia aparecem e preparam a acção para mais tarde ser executada.
Revelou que os assaltantes “lubrificam ou deitam óleo nos parafusos, e à noite desparafusam e derrubam os postos de iluminação, e nós infelizmente nada podemos fazer, porque eles aparecem armados e em grupos de sete”, lamentou Francisco Manuel .