Os primos, que juntos realizavam o trabalho de caça furtiva, no período da noite, deslocaram- se, no dia 28 do corrente mês, às 19 horas, para mais um dia de trabalho. Nesse dia, as coisas não correram conforme esperavam.
Numa altura em que suposta- mente cada um já tinha ido para o seu lado, Domingos Francisco, de 40 anos de idade, confundiu Ferraz Moisés Matungo com animal e efectou um disparo, que atingiu o seu parceiro na região da anca.
Tendo feito o disparo e identificado que afinal era o seu primo, e não um animal, Domingos Francisco, na tentativa de se ver livre da culpa e da represália por parte da família, colocou-se em fuga, deixando para trás o seu companheiro de caça.
“De acordo com o acusado, que confessou o crime, se voltasse para aldeia no sentido de pedir ajuda, sofreria retaliação. Então, alegando ter ficado com medo, optou por fugir”, explicou Zacarias Fernando, porta-voz do SIC na província do Uíge.
Sem assistência médica, no meio da mata, depois de tanto sangrar, Ferraz Moisés Matungo, que para além de se dedicar à caça era camponês, foi encontrado, dia seguinte, no mesmo local, onde foi baleado, pela população que seguia para a lavra, mas já sem sinais vitais.
Diligências feitas pelo Serviço de Investigação Criminal, foi possível deter o acusado, que se encontrava escondido numa cabana próximo da aldeia Cangundo Luhuha, onde ambos viviam com as suas famílias.
De acordo com o porta-voz do SIC, foi também apreendida a arma de fogo do tipo caçadeira, de fabrico artesanal, que o acusado de 40 anos de idade terá usado naquela ocasião. Ferraz Matungo deixou uma viúva e seis filhos.