Segundo o director das operações do campo petrolífero de Malongo, Gabriel Ivaba, o pico da produção diária em 2006 era de 600 mil barris e, actualmente, a média de produção varia entre 200 mil e 230 mil barris de óleo, nomeadamente o crude (parte líquida) e o LPG liquefeito (gás).
O declínio da produção, segundo justificou Gabriel Ivaba, deve-se, por um lado, pela queda do preço do petróleo que houve a alguns anos, por outro, pelo desinvestimento que se registou no sector.
“O petróleo é um recurso não renovável, na medida em que se produz, e se não houver outros investimentos, há o declínio natural”, esclareceu a nossa fonte.
Com o declínio da actividade de exploração, disse, também diminui aquilo que tem a ver com a força de trabalho, e a empregabilidade vai flutuando em função da exploração e dos investimentos. “Maior actividade significa maior força de trabalho.
Naqueles períodos em que a actividade é menor, também há um declínio da força de trabalho”, considerou. Para Gabriel Ivaba, o Bloco 0 já deu ao país o que tinha que dar, na medida em que em 2019 o campo petrolífero de Malongo já tinha atingido a cifra de 5 milhões de barris de petróleo produzidos.
“O declínio é um processo natural nesta indústria de gás. A nossa indústria é cíclica, houve anos em que se registou uma queda do preço do petróleo e logo se seguiu um desinvestimento, essa é a razão principal do declínio”, referiu.
O director das operações, Gabriel Ivaba, fez essas declarações à imprensa no termo de uma visita de trabalho que a governadora de Cabinda, Suzana de Abreu, efectuou, recentemente, ao campo petrolífero de Malongo no quadro da cooperação institucional existente entre o governo provincial de Cabinda e a Chevron.
Projectos
No encontro, Gabriel Ivaba falou dos projectos sobre o conteúdo local com referências positivas ao projecto Lifua, concebido e construído no Malongo por angolanos e por empresas locais, e o novo projecto SAFE Ndola, que vai entrar em actividades brevemente.
No quadro do conteúdo local, Gabriel Ivaba fez ainda referências a entrada do grupo Apolónia na área de catering (alimentação), bem como de algumas empresas nacionais na área de engenharia, outrora um espaço apenas reservado para empresas internacionais.
“Estes são exemplos de sucesso. Vamos continuar a trabalhar para potenciar o conteúdo local. Há uma aposta na formação dos recursos humanos. Somos uma empresa energia-humana e a sua prática está aqui a ser demonstrada”, considerou.
Objectivos da visita
A visita da governadora de Cabinda, Suzana de Abreu, visou avaliar o impacto da actividade da Chevron para com as comunidades locais, particularmente a questão da empregabilidade, do meio ambiente, bem como o alavancar da economia local através de pequenos negócios que têm a ver com o conteúdo local.
“São esses pequenos negócios que alimentam os grandes negócios. Há aqui oportunidades à volta dos serviços que geram a economia petrolífera e dar oportunidade para que as pequenas e médias empresas em Cabinda possam estar em volta dos serviços da exploração petrolífera para que elas possam assegurar os pequenos empregos e garantir alguma renda para as nossas populações”, disse.
O campo petrolífero de Malongo tem uma influência directa no funcionamento das turbinas que abastecem energia eléctrica à província, que são alimentadas por gás, assegurado pelo referido campo com um fornecimento de cerca de 10 milhões de pés cúbicos de gás.
Fornece igualmente à província gás butano, petróleo iluminante e gasóleo. “Tudo isso agrega um valor à economia local e ao país também.
Fica o recado em continuarmos a trabalhar nas estratégias do conteúdo local que tem um impacto bastante importante na economia da província e do país”, concluiu Suzana de Abreu.
Por: Alberto Coelho, em Cabinda