O antigo comandante da Polícia Nacional e delegado do Ministério do Interior do município de Belas, em Luanda, o superintendente Evandro Aragão, pode ser condenado a 25 de prisão efectiva, por alegado envolvimento na morte de dois jovens, ocorridas no ano passado.
Entre as duas vítimas, assassinadas na Zona Verde, no Benfica, está um 3.º sub-chefe da Polícia Nacional que trabalhava directamente com o referido comandante.
Ao concluir que existem nos autos provas bastantes de que Evandro Aragão é o mandante dos dois crimes, bem como do envolvimento de três agentes da Polícia e do chefe das operações da unidade, o representante do Ministério Público (MP) requereu a condenação dos mesmos.
Depois de ouvir os argumentos das partes envolvidas no processo, tanto do MP como dos advogados dos arguidos, o juiz presidente da causa, António Yange, agendou para o próximo dia 8 de Agosto o anúncio da sentença.
No entender do MP a sanção ideal a ser aplicada a Evandro Aragão é a pena máxima por ter ficado provado em tribunal que foi quem mandou assassinar tanto o seu colega como o outro jovem.
Segundo a acusação, uma das vítimas foi asfixiada até à morte com um saco na cabeça, enquanto a outra foi agredida ate à morte com um bloco de cimento na cabeça.
Para sustentar o seu pedido, o representante do MP alegou que os três agentes da Polícia envolvidos no crime confessaram o acto e colaboraram para a descoberta da verdade material, pelo que solicitou que este facto seja levado em conta como atenuante.
Ao analisar os aspectos que ficaram ou não provados, o colectivo de juízes, liderados por António Yange, levará em consideração o facto de os três arguidos terem confessado que só delataram o comandante por este ordenar a morte de um colega, 3.º sub-chefe, e aventaram a possibilidade de terem o mesmo destino.
De salientar que os corpos das vítimas foram atirados num matagal, no município de Belas, no mês de Fevereiro de 2023.