Por ser uma formação focada na preparação do aluno para o exércício de uma actividade profissicional, a fim de responder às necessidades das empresas nos diferentes ramos de actividade, o ensino médio técnico-profissional encurta o caminho para o ingresso no mercado de trabalho.
O certo é que os alunos e encarregados de educação indignam-se ao verem um ano lectivo se perder em promessas de estágios que os alunos nunca chegam a ter.
No entanto, os estudantes prospectados, pelo menos na lei, para responderem os diferentes ramos ecónomicos e sociais do país, a maioria tem 4 anos sem a associação da teoria à prática.
“As escolas não têm convênios com o sector empresarial público e privado para o acolhimento dos alunos em cada período de estágio académico.
Para distrair os alunos, já no segundo trimestre, a direcção do Instituto Médio Industrial de Luanda (IMIL) impôs um período de duas a três aulas semanais, a depender da disponibilidade de cada professor, enquanto os próprios alunos procuram empresas para realizarem os estágios que são obrigatórios na conclusão dos cursos”, lamenta um pai, agastado com a situação do seu educando.
No Instituto Médio de Economia de Luanda (IMEL), segundo Odalis Mateus, presidente da associação dos estudantes, até o mês de Maio do corrente ano, no ano lectivo que findou há poucos dias, apenas alguns cursos beneficiaram de estágio curricular, sendo estes os de Contabilidade e Gestão, Comércio e Gestão Empresarial.
Os cursos de Comunicação Social, Estatística e Planeamento, Finanças, Informática de Gestão, contacto com algumas empresas no sentido de obter estágios para os alunos, mas não tiveram sucesso.
Tal como foi com Horold do curso de Metalomecânica, aconteceu com Mário, o estágio passou pela identificação de equipamentos fora de uso para os alunos fazerem a reparação.
“Alguns colegas procuraram por estágios externos, mas estes não foram reconhecidos pela coordenação”, disse Mário de Matos.