O médio-trinco angolano do Académico de Viseu de Portugal, Valdemar António Almeida “Pana”, 25 anos, falou em exclusivo a O PAÍS sobre o seu futuro. O antigo jogador do Belenenses de Angola do bairro Rocha Pinto, em Luanda, lamentou a ausência das convocatórias para integrar a selecção nacional de futebol.
POR: entrevista de Mário Silva
fotos Cedidas
Qual é o seu clube de formação?
A minha carreira começou aos nove anos no Belenenses de Angola do bairro Rocha Pinto, em Luanda, mas durante três anos tive uma passagem pela Fundação Eduardo dos Santos (FESA), depois regressei ao Belenenses de Angola.
Como surgiu o convite para jogar em Portugal?
Assim que ascendi aos juniores, na minha equipa de formação, tive a oportunidade de representar a Seleção Nacional sub-20 na Taça COSAFA, em 2011. Depois de regressar do torneio, o senhor José Manuel Pacheco “Zeca” (presidente do Belenenses de Angola) agraciou-me com uma viagem a Portugal. Chegado às terras de Camões, joguei no Desportivo Tourizens, 2012 a 2013, no Marítimo B, 2013 a 2016, agora estou a representar as cores do Académico de Viseu, e todas as equipas que citei são da segunda divisão.
Como está a sua carreira?
A carreira está a correr bem graças a Deus… Apesar de ter estado lesionado durante quase duas semanas, voltei ao activo e faço o que mais gosto que é ajudar o clube a concretizar o objectivo, que passa pela subida para a Liga NOS, campeonato português da primeira divisão.
Com cinco pontos de diferença do líder FC Porto B com 41. Acha que o Viseu ainda pode chegar ao título da prova e ascender a Liga NOS?
Para esclarecer que o Porto B não conta para as contas do título, ou seja, não sobe de divisão. Esta equipa é para dar rodagem aos jogadores que não têm oportunidade na sua equipa principal. Se tudo correr como tem corrido, e se for a vontade de Deus acontecerá, porque o Viseu tem qualidade para conquistar a segunda liga e a consequente subida a Liga NOS.
Foi difícil a adaptação no Académico de Viseu?
Não foi difícil a adaptação porque já conhecia o campeonato cá em Portugal. E com a recepção dos colegas e dos adeptos, ficou bastante facilitada a integração.
Como é a relação com os colegas?
A relação com os colegas como já lhe disse, tem sido das melhores. Respeito e união, tem sido o lema no grupo.
Tens recebido propostas para trocar de clube?
Já recebi algumas no início da época, mas o objectivo de ajudar a equipa a subir para o escalão principal e outros factores fizeram com que permanecesse no Viseu.
Pensa regressar ao país para jogar no Girabola Zap?
A única coisa que tenho a dizer sobre o Girabola Zap, Campeonato Nacional, é que é uma prova difícil, ao contrário do que muitos pensam. Quer dizer, passei muito tempo a acompanhar o Girabola Zap. Portanto, estive em Angola por isso não descarto esta possibilidade de um dia jogar. Espero sinceramente um dia experimentar o Campeonato Nacional, mas por enquanto não me passa pela cabeça.
E qual seria o clube ideal para si?
O clube ideal seria aquele que me fornecesse as melhores condições de trabalho e no qual eu me sentisse bem.
O que achou da participação da Selecção no CHAN do Marrocos?
Sobre a participação dos Palancas Negras no CHAN do Marrocos, poderíamos ter chegado mais longe, até porque fizemos um bom jogo nos quartos-de-final diante da Nigéria. Infelizmente, na ponta final da partida e do prolongamento, não tivemos sorte, o resultado terminou 1-2, à favor dos nigerianos. Contudo, a Selecção Nacional deixou bons indicadores e souberam dignificar as cores da bandeira nacional, mas o trabalho que o novo seleccionador está a realizar requer tempo e continuidade.
O que está na base da sua ausência da convocatória dos Palancas Negras?
Sinceramente não sei, o que esteve na base da minha ausência nas últimas convocatórias da equipa nacional. Não esperava estar de fora, mas aceitei a escolha do técnico. Ainda assim, quanto a isso, foi difícil de gerir, porque nos últimos três jogos que realizei pela Selecção Nacional joguei como titular e depois de ter feito um golo acreditei que seria chamado de volta. Infelizmente fiquei de fora, mas continuo a trabalhar.