A prática da natação, por ser uma modalidade olímpica, depende de infra- estruturas desportivas, assim como meios de suporte para acompanhar o desenvolvimento dos atletas. Em Luanda, apesar de surgirem novas equipas, o Clube Naval, Clube Náutico e o 1º de Agosto são as formações que mais vão dando o ar da sua graça nas competições e torneios.
Por conta disto, muitos atletas vão batendo novos recordes nas competições locais e internacionais, mas as condições de trabalho não correspondem às exigências dos dias que correm. Neste processo, alguns atletas angolanos, como Lia Lima, Salvador Gordo e outros, evoluem no estrangeiro, sendo certo que quando se juntam ao grupo têm uma outra performance.
Aliás, no Campeonato Africano ,que a cidade capital acolheu no mês passado, Angola conquistou apenas uma medalha de prata, nos 200 metros mariposa, por intermédio de Lia Lima.
A atleta evolui em Portugal, sendo certo que a sua marca no Africano foi de 2’ e 20 segundos, porém aguarda por outras provas para conseguir os mínimos para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Entre treinadores e dirigentes ouvidos, o número de clubes aumentou, mas é importante haver mais patrocínios e infraestruturas em condições para a prática da modalidade.
A Piscina do Alvalade é a única com capacidade de acolher torneios e campeonatos internacionais, mas os técnicos foram unanimes em dizer que o Estado deve fazer mais apostas nas infraestruturas para a natação.
A população de Luanda aumentou significativamente nos últimos anos, logo é importante construírem-se centros de alto rendimento e criar-se um programa de curto, médio e longo prazo a fim de se ombrear com os melhores do continente, nomeadamente Egipto, África do Sul, Argélia, Sudão e a Tunísia.
Federação fecha-se em copas
Quanto à prática da modalidade em Luanda, da formação ao escalão sénior, a Federação Angolana de Natação (FAN) não fez qualquer declaração à reportagem do jornal O PAÍS. O órgão reitor da modalidade não se dignou em falar, aliás pretendia- se saber também o que foi o Campeonato Africano que a cidade capital acolheu no mês passado.
Sabe-se que a prestação da Selecção Nacional passou ao lado dos objectivos, que era conquistar medalhas em várias categorias, mas somente Lia Lima é que subiu ao pódio nos 200 metros mariposa. Quanto à parte organizacional, depois do Africano, alguns dirigentes da FAN disseram que a missão foi cumprida, porque a prova decorreu sem sobressaltos, mas sobre a prestação da equipa preferiram não falar.
Na prova que decorreu em Luanda, a África do Sul foi destronada pelo Egipto, que no quadro geral conquistou 47 medalhas, sendo 15 de ouro, 19 de prata e 13 de bronze. A formação da pátria de Nelson Mandela ficou com 38 medalhas, arrebatando 13 de ouro, 14 de prata e 11 de bronze. A Argélia ocupou o terceiro lugar, ao passo que o Sudão foi o quarto classificado. A Tunísia surpreendeu pela negativa, caindo para a décima posição.