Treinadores das camadas de formação de futebol da província de Luanda, entrevistados pelo jornal OPAÍS, esta semana, concluíram que há necessidade de se melhorar as condições de trabalho.
Apesar de faltar muita coisa durante os treinos, no dia-a-dia, os rostos que formam “craques” para os clubes nacionais e estrangeiros são de opinião que o Governo devia apoiar as iniciativas individuais e colectivas.
Aliás, é comum ouvir relatos de atletas sobre a importância que o treinador A, B ou C teve no início da sua carreira, porque é lá onde se aprende a base dos fundamentos a serem aplicados na alta competição.
Muitas vezes, esses treinadores não são tidos nem achados, mas o trabalho realizado nos escalões de formação, com ou sem dificuldades, não é desde já semelhante ao que se faz nos seniores.
Por isso, mais do que a componente desportiva ou a competição, é importante reconhecer várias etapas do desenvolvimento dos atletas e isso ocorre em situações distintas, sobretudo em Luanda, onde muitos factores concorrem para o bem ou para mal dos jovens.
Em sede do que fazem, os técnicos foram preponderantes em afirmar que não só o sucesso desportivo, mas a formação.
do atleta enquanto indivíduo são fundamentais, depois da família, ele é outra vez lapidado na base. Mais do que se idealizar muito, os treinadores alegam que o futuro das selecções nacionais passa pela formação, ainda que os atletas evoluam no estrangeiro, portanto é sempre na base onde se arranca.
Deste modo, a aposta dos clubes, do Governo e outros parceiros deve resumir-se pacientemente, segundo os carolas, em apostas que resultem em curto, médio e longo prazo.
Nos últimos anos, o 1.º de Agosto, Petro, Sagrada, Real Sambila, Escola do Zango e outros clubes da periferia de Luanda, com treinadores incansáveis, formaram nomes que, neste momento,- vão dando cartas nas selecções nacionais.
Jelson Dala, Gilberto (Gibelé), Vá, Nelson da Luz, Capita, Kialonda e outros internacionais angolanos foram formados por treinadores que até agora clamam por mais e melhores condições de trabalho e também valorização.