Nesta última edição do show de bola de 2023, proponho-me abordar, de forma aleatória, os altos e baixos do desporto nacional no ano que está prestes a terminar.
Vou começar por destacar a selecção angolana de andebol feminino que mais uma vez se impôs diante das mais fortes selecções do planeta no recém terminado campeonato mundial que decorreu na Dinamarca, Suécia e Noruega.
Meus senhores, não é obra do acaso, perder por apenas um golo diante da poderosa França (29-30), que mais tarde, na final, arrebatou o titulo mundial, e jogar olho nos olhos com outras potências do andebol internacional. Isto é trabalho, planificação, metodologia e acima de tudo crença na vitória.
A Federação de Andebol deveria ser a referência das restantes federações desportivas do país para se atingir o sucesso desportivo. Por lá, na Federação de Andebol já passaram vários Presidentes, mas o sucesso continua, demonstrando desta forma que o processo é institucional e não individual.
A minha honestidade intelectual não permite que não destaque mais uma vez a qualificação dos Palancas Negras para a fase final do CAN, agendado para Janeiro próximo, na Côte D’Ivoire.
Não foi uma qualificação imaculada, mas foi suficiente para garantir a pontuação requerida e assim voltar à ribalta do futebol africano. Gostando ou não das escolhas do seleccionador nacional, não nos resta outra alternativa senão apoiar e torcer por uma brilhante actuação da nossa equipa nacional.
Ainda do futebol devo destacar a campanha do Petro, campeão nacional, na fase de grupos da liga dos campeões africanos. Mesmo sem ter garantido ainda a qualificação para a próxima fase, a duas jornadas do fim, o Petro tem feito uma campanha vistosa, com duas vitórias e dois empates, diante de adversários difíceis como são as duas equipas que representam a Tunísia na competição.
As boas exibições dos tricolores têm merecido o destaque da imprensa continental e não só, que de uma forma geral enaltecem a qualidade do plantel e a aposta da direcção do Petro na mais prestigiada competição de clubes de África.
Mesmo com toda a polémica à sua volta, o ano de 2023 ficou igualmente marcado pela inauguração do Estádio França Ndalu, propriedade do Clube Desportivo 1º de Agosto.
Já manifestei, em ocasiões anteriores, a minha satisfação e admiração em projectos desta índole que deveriam servir de referência para outras agremiações desportivas.
Está de parabéns o 1º de Agosto e o futebol nacional pelo excelente palco que veio engrandecer o património desportivo do país. Em 2023, Demarte Pena voltou a brilhar ao conquistar o título mundial em França, na 12ª edição do ARES Fighting Championship. O lutador angolano venceu por decisão unânime o argelino Elias Boudegzdame.
Foi o 13º combate vencido pelo angolano de artes mistas, mais reconhecido internacionalmente, somando apenas uma derrota em 14 combates disputados.
O atleta, de 29 anos, é um dos melhores lutadores de MMA do mundo. Pela positiva, destaco finalmente o corredor angolano Rui Andrade, que conquistou o título de campeão mundial de resistência na classe LMP2.
A consagração surgiu depois de o piloto ter vencido o Campeonato do Mundo de Resistência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), na categoria LMP2, nas ‘8 Horas do Bahrein’.
Um feito inédito para o automobilismo nacional e que deve servir de referência e inspiração para a juventude angolana, onde o querer, a abnegação e o empenho são determinantes para o sucesso desportivo.
O ano que está prestes a terminar ficou marcado pelo caso de suspeita de corrupção desportiva que abalou o futebol nacional, envolvendo o Petro, campeão nacional, o Kabuscorp do Palanca e o seu Presidente e a Académica do Lobito e o seu treinador.
A FAF, o elo mais fraco em todo este processo, recuou posteriormente na sua decisão e autorizou o Petro e Académica a competirem no Girabola, mas enviou o Kabuscorp do Palanca para a segunda divisão.
A turma do Palanca recorreu à justiça, com uma providência cautelar, e o Tribunal de Luanda suspendeu o castigo imposto pela FAF ao Kabuscorp. Como consequência de toda esta “trapalhada”, o Girabola registou o maior defeso da sua história.
Foram mais de quatro meses sem competição, com repercussões directas na preparação das equipas que mais cedo entraram para as eliminatórias de acesso às provas da Confederação Africana de futebol. Que venha 2024 com mais prendas e mais conquistas para o desporto angolano.
Por: LUÍS CAETANO
FELIZ NATAL!