O Clube Desportivo União de Malanje e o São Salvador do Zaire, equipas que ascenderam pela primeira vez ao Girabola 2023/2024, preparam condições para o arranque da prova no próximo mês.
Apesar de serem inquilinos novos, as duas formações têm a missão de trabalhar para se perpetuarem na prova, cuja bola rolou pela primeira vez em 1979 do século passado.
Aliás, de acordo com o sorteio realizado em Agosto passado, pelo departamento técnico da Federação Angolana de Futebol (FAF), as duas equipas vão bater-se na primeira jornada.
Por este facto, em declarações ao jornal O PAÍS, o presidente da equipa das terras da Palanca Negra, João Julião, disse que estão a trabalhar para não tropeçarem frente ao adversário.
Aliás, contam com o apoio do Governo Provincial de Malanje e outros patrocínios, ficando para trás a ideia de desistir da maior festa do desporto-rei em Angola.
“Os apoios continuam a chegar e com isso vamos entrar na prova para dignificar a província de Malanje, visto que é uma terra que se revê no futebol”, adianta o responsável.
Mesmo não avançado o orçamento para a presente temporada, João Julião refere a O PAÍS que estão na prova para não regressar à segundona, porque melhores dias estão por vir.
Assim, contratações, apesar das limitações financeiras, estão a ser feitas e são jogadores que vão dar o litro em nome da equipa na primeira e segunda volta da prova nacional. João Julião diz que a casa do Clube União Desportiva de Malanje será o Estádio 1º de Maio, que neste momento recebe obras de restauro.
A relva está pronta para os artistas da bola. “Os balneários, as bancadas e outros aspectos que contribuem para a realização digna do jogo estão em obras e antes do arranque do Campeonato estarão prontos”, afirma o presidente da formação malanjina.
No ano passado, na segundona, a formação de Malanje bateu a concorrência dos seus adversários, despertando várias curiosidades por ser também fundada em 2022.
Por sua vez, o presidente do São Salvador do Zaire, Francisco Gombo, confessa o desejo de conquistar o Girabola 2023/2024, assinalando que a equipa dispõe de argumentos para materializar este desiderato. “Temos atletas com uma vasta experiência, por isso Filhão (ex-Desportivo da Lunda-Sul), Geúda, Gui e Léo (Cuando Cubango FC) são os reforços da equipa”, assegura o dirigente desportivo.
Instado sobre o desafio de estreia diante do União Recreativo de Malanje, no Estádio Álvaro Buta, o dirigente disse não ter dúvidas de que os pupilos de Nfinda Mozer sairão vitoriosos, uma vez que têm feito do seu reduto uma autêntica fortaleza. “Fizemos uma segundona acima das expectativas.
Agora, queremos conquistar o campeonato. Impossível? Não! O Petro de Luanda sagrou-se campeão na temporada passada! Nada é absoluto no futebol. Também podemos ser campeões.
Queremos fazer história na nossa estreia”, atirou Francisco Gombo. Direcção assume que vai até ao fim Apesar do momento conturbado que o país tem vindo a enfrentar do ponto de vista económico e financeiro desde 2014, em virtude da queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional, Francisco Gombo fez questão de tranquilizar os sócios e adeptos de que o São Salvador de Mbanza Kongo irá até ao fim da maior festa do futebol nacional.
Francisco Gombo justificou que o seu elenco contará com o «forte apoio» do Governo Provincial do Zaire, da classe empresarial local e da Sonangol para suportar as despesas da temporada, nomeadamente prémios de arbitragem, viagem, alimentação, salários com jogadores e equipa técnica.
O dirigente revelou, por outro lado, que o seu elenco continua atrás de patrocínios no sentido de elevar os índices de estabilidade da equipa.
“Os adeptos podem ficar descansados. Não têm razões para estarem preocupados, pois os nossos patrocinadores assumiram o compromisso de apoiar o clube até ao fim do campeonato.
De realçar que a Sonangol vai segurar 85% das despesas da equipa. Estamos muito satisfeitos”, disse.
Sanções condicionam a festa
O Girabola 2023/2024, que arrancaria no dia 15 do corrente mês, neste momento depende do Conselho Jurisdicional da Federação Angolana de Futebol (FAF), órgão que está a analisar o recurso com efeito suspensivo do Petro de Luanda, Académica do Lobito e o Kabuscorp do Palanca.
O Conselho de Disciplina da FAF, em virtude de um escândalo de corrupção que envolve as três formações, à luz de um áudio que circulou nas redes sociais, em Junho passado, sancionou os visados.
Estes clubes, por sua vez, recorreram e aguardam pela decisão do Conselho Jurisdicional, quando em verdade, a primeira medida do Conselho de Disciplina pune o Petro de Luanda por dois anos de todas actividades futebolísticas, ao passo que Académica do Lobito e o Kabuscorp foram despromividos. Nos corredores da FAF, fala-se que a qualquer momento a “sentença” dos visados pode ser conhecida.