O presidente do Caremua FC, António Fernando, revelou a este jornal que a escassez de recursos financeiros tem levado os jogadores a se sujeitarem a uma alimentação «extremamente deficiente».
O responsável lamentou a situação, tendo acrescentado que, após os jogos, os atletas têm se alimentado de pratos típicos das periferias da capital do país, designadamente arroz com peixe, pão com sumo, pão com manteiga e massa com salsichas.
Referiu que tem custeado as despesas da equipa com o dinheiro do proprio bolso, além do apoio dos pais dos atletas que têm se mobilizado contribuindo mensalmente com valores que variam entre 200, 500, 1.000 kwanzas e ou três mil kwanzas.
“Essa é a nossa realidade. Os encarregados dos atletas têm desempenhado um papel bastante fundamental. Não tem sido fácil. É o máximo que podemos fazer pelos jogadores”, começou por dizer.
Além da alimentação deficiente, António Fernando sublinhou que a falta de recursos tem dificultado a aquisição de material desportivo e os deslocamentos para jogos amistosos.
“Precisamos de material desportivo. Não temos condições financeiras para manter a escola activa”, prosseguiu. Apesar das dificuldades financeiras, apontou que não vai abandonar o projecto pois acredita que dias melhores estão por chegar.
Disse, por outro lado, que o clube já lançou atletas promissores, nomeadamente Caio, Ney e Chiquinho “Muangadje” que agora disputam o provincial de Luanda ao serviço do Matilha FC e Ferrovia de Luanda, respectivamente. “Mesmo com todos os desafios, já batemos a porta da delegação municipal do desporto de Viana em busca de apoio, mas sem sucesso.
O nosso país também tem vivido um momento conturbado do ponto de vista económico e financeiro. Resta termos coragem”, assinalou. O dirigente fez questão de assinalar que o futuro da escola depende não apenas da resiliência dos seus dirigentes e atletas, mas também da solidariedade da comunidade da Estalagem, assim como da iniciativa privada para garantir a continuidade.