O agente desportivo Edson Queiroz disse, em entrevista exclusiva ao jornal OPAÍS, que a sua empresa Footprestige, que existe há seis anos, agencia mais de quarenta jogadores de futebol, entre eles Maestro (Adana Demirspor, da Turquia), Zito Luvumbo (Cagliari, de Itália), Kialonda Gaspar (Lecce, de Itália) e Keliano (Estrela da Amadora, de Portugal). Edson Queiroz revelou que a Footprestige tem dez por cento do valor da venda de um jogador, de acordo com o regulamento da FIFA. O também responsável pela ida de Mabululu e Ary Papel ao futebol líbio reconheceu que o mercado nacional tem muito talento escondido nos bairros
O mercado angolano tem bons jogadores?
Sim, Angola tem muito talento e acredito plenamente que mais de 90% ainda estão escondidos nos bairros por diversas razões, alguns já em clubes de formação que englobam os campeonatos provinciais e as camadas jovens.
Já o Girabola, Campeonato Nacional de futebol da primeira divisão, tem perdido bastante qualidade por falta de investimento e também pela saída prematura dos melhores jogadores jovens para a Europa.
Como funciona o processo para exportar atletas de Angola?
A Footprestige, que actua no ramo há seis anos, tem o departamento de recrutamento em Angola. Há jovens que trabalham con- nosco dentro dos bairros e nos jogos do Girabola para que possam analisar e filtrar os maiores talentos. Os que forem seleccionados assinam contrato de agenciamento com a empresa e, a partir desta data, passamos a gerir não só a carreira como a vida no dia-a- dia. O passo seguinte é promover a imagem do jogador junto aos clubes que são nossos parceiros na europa.
A Footprestige também tem exportado atletas de Angola para países africanos?
Sim, a nossa empresa foi a responsável pela transferência do Dasfaa e Mabululu para o Egipto, bem como do Julinho e Ary Papel para o campeonato líbio.
Como convence os clubes europeus de que Angola tem bons talentos?
No início, foi extremamente desafiante, tinha de implorar, como se tivessem a fazer um favor aos jogadores angolanos, mas hoje os clubes conhecem o nosso trabalho e reconhecem a qualidade dos jogadores. Temos cinco ou seis clubes com quem trabalhamos de olhos fechados na Europa, o que facilita o processo.
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