A disparidade salarial entre treinadores nacionais e estrangeiros no Girabola, Campeonato Nacional de futebol, cuja primeira edição arrancou em 1979, é uma realidade.
Mas, este assunto não é abertamente debatido por treinadores, dirigentes e outras organizações profissionais encarregadas de defender, por actividade de ramo, os técnicos.
Esta semana, o jornal OPAÍS contactou dirigentes, treinadores e agentes desportivos, mesmo assim recusaram-se a falar sobre o assunto, porque não eram as pessoas indicadas.
Perante o assunto, sem desprimor aos treinadores estrangeiros, muitos profissionais angolanos alegam que tem havido uma ou muita desvalorização por parte de quem contrata.
Antes, alegava-se falta de formação e de nível, porém, nos dias que correm, há técnicos angolanos com créditos firmados e em equipas do topo ou do meio da tabela a ganharem salários irrisórios.
Por conta disto, antigos praticantes e estudantes de Educação Física e Desporto escusamse em abraçar a carreira de treinador, seja em que modalidade for, por causa das condições em que são submetidos muitas vezes.
Esses estudantes ou antigos praticantes preferem, muitas vezes, sair do mundo do treinamento e encontrarem outras formas de ganhar o pão no país, porque a valorização tem sido mediana.
É ponto assente que a saúde financeira nacional não tem sido das melhores, mas os entrevistados pelo OPAÍS, que solicitaram anonimato, disseram que, num passado recente, também não se pagava muito, as condições financeiras em relação ao dólar eram melhores e davam para fazer alguma coisa.
Actualmente, o que se paga em muitos treinadores fica longe da realidade anterior e o que os profissionais pedem aos dirigentes, pela qualificação e outras valências, eles alegam que há, logo quem contrata reconhece o perfil do técnico em questão.