Tem vindo a crescer a onda de insatisfação no seio dos amantes do desporto-rei, em virtude da falta de manutenção em que se encontram os estádios da capital do país, nomeadamente o 11 de Novembro, Cidadela Desportiva, assim como o Municipal dos Coqueiros
Numa altura em que se exige uma mudança profunda em relação ao futebol nacional,não faz sentido que os estádios continuem a degradar-se resultante da falta de manutenção, gestão e conservação. Sendo os adeptos e equipas de futebol, os principais fazedores da modalidade, os gestores dos recintos não devem colocá-los num «saco de pancada». Neste sentido, os gestores dos estádios devem vir a terreiro ex- plicar o que tem vindo a condicionar a implementação de políticas que passem pela manutenção e conservação dos estádios.
Sabe este jornal que o Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD) tem vindo a endereçar, anualmente, aos responsáveis dos recintos, uma fatia destinada à manutenção dos relvados, balneários, bancadas e espaços de lazer. Mas a grande incógnita continua a ser mesmo o destino dos ordenados que têm sido alocados pelo órgão da tutela do desporto angolano a cada ano. Custa crer que o elenco de Palmira Barbosa continua fechado em copas perante uma situação de tamanha gravidade, na medida em que o Estado terá desembolsado uma «mão cheia» de ordena- dos em prol do desporto nacional.
Outro factor que tem vindo a agastar os adeptos da modalidade é, sem dúvida, a falta de serviços. Numa ronda efectuada por este jornal aos estádios do país, com realce para os da capital, constatou-se que boa parte dos recintos não dispõem de espaços para os adeptos «matarem a fome», ou seja, restaurantes, facto que continua, igualmente, a inquietar os aficionados do desporto-rei. Em 2022, o director nacional das infra-estruturas do Ministério da Juventude e Desportos, Moisés Cabenda, prometeu, à imprensa, na Galeria dos Desportos, em Luanda, que os estádios da capital do país, beneficia- riam de obras de reabilitação em pouco tempo.
Tal notícia terá sido recebida com agrado por parte dos amantes da modalidade, mas não passou da intenção, visto que de lá para cá nada mudou. Tudo na mesma. Ou seja, o projecto não saiu do papel, sendo que a degradação dos estádios da capital do país continua a acentuar-se com o órgão da tutela a assobiar para o lado como se tudo estivesse a correr a «mil maravilhas». Deste modo, é urgente que o órgão da tutela “acorde” para que o pior não venha a acontecer.