Carlos Luís, presidente eleito da Federação Angolana de Boxe (FABOXE), para o quadriénio 2020/2024, disse a O PAIS que o também presidente eleito em Junho passado, Simão Muanda, está ilegal no cargo.
Por isso, adiantou que após tomar posse viu o seu mandato interrompido por via de uma circular da Direcção Nacional do Desporto, alegando que a sua eleição estava eivada de irregularidades.
Em sede dos factos, por via da Direcção Nacional do Desporto, criou-se uma Comissão de Gestão que vigorou até ao mês de Junho passado, período em que Simão Muanda foi eleito presidente da FABOXE no dia 27 de Maio do presente ano.
Carlos Luís disse a O PAÍS que para acautelar os seus actos e os praticados pelo elenco do ora presidente eleito, bem como da Direcção Nacional do Desporto, interpôs uma providência cautelar no Tribunal de Comarca de Luanda na Sala do Cível, 1ª secção.
Dos documentos apresentados pelo presidente cessante no mandato de 2016/2020, o responsável adiantou que uma das irregularidades prende-se com a forma como se realizou a Assembleia-geral da FABOXE em 2021 na vigência da Comissão de Gestão.
O dirigente desportivo disse que o encontro viola a Lei das Associações Desportivas, porque foi convocada pelo presidente do Sporting do Lubango, sendo que um clube não tem competências para o efeito.
“A Assembleia-geral que convocou as eleições para Simão Muanda concorrer a solo viola a Lei das Associações Desportivas e os estatutos da Federação Angolana de Boxe”, adiantou o responsável.
Carlos Luís fez saber que o clube do clube de boxe La Finca, propriedade de Simão Muanda, não tinha requisitos para votar e participar, visto que existe há pouco menos de cinco anos, teve aceitação e também direito de voto, por isso alga que muita água ainda vai correr por baixo da ponte.
“Gancho” do Tribunal não atinge Simão Muanda
Segundo fonte da FABOXE, Simão Munda, não foi atingido pelo “gancho” do Tribunal, muito menos de Carlos Luís, pois houve um malentendido por parte da imprensa relativamente à restituição de posse da sede órgão reitor da modalidade, localizada no Complexo da Cidadela Desportiva, em Luanda.
A mesma fonte explica que a sentença do tribunal é para a tomada de posse provisória das instalações da federação, visto que o senhor Carlos Luís alegou ter saído de forma inapropriada da sede. A fonte acrescenta que esta situação deve ser resolvida única e exclusivamente pelo Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD), porque é o órgão responsável pelo espaço.
Ou seja, as instalações da FABOXE pertencem ao órgão que rege o desporto no país, liderado por Palmira Barbosa, tendo garantido que nos próximos dias o ministério tomará uma posição sobre a sentença do tribunal.
Por outro lado, a fonte deste jornal confirmou que existem dois processos em sessões diferentes que estão a seguir os trâmites legais no Tribunal e um deles é a impugnação das eleições de 27 de Maio deste ano, que culminou com a eleição de Simão Muanda.
O Ministério da Juventude e Desportos e o Comité Olímpico Angolano (COA) já reconheceram o elenco de Simão Muanda, que foi tricampeão Africano da Zona VI, na categoria de 91 kg.
Simão Muanda foi secretário-geral do Team Elite, durante mais de uma década, campeão nacional por sete ocasiões.
Participou em dois campeonatos Pan-africanos, na Argélia e na Nigéria, num Campeonato Mundial, na República da China, assim como foi vogal de direcção da FABOXE de 2008 a 2012.
Por: Sebastião Félix e Mário Silva