As atletas de Artes Marciais Mistas (MMA) da cidade do Lubango e arredores, província da Huíla, que representaram a Selecção Nacional em várias competições internacionais, reclamam a falta de prémios por parte da Federação, encabeçada por Armando Diogo.
Daniela Mandange, campeã africana em 2023 e vice-campeã da Liga Internacional de MFC, realizado em Montenegro, Maria Kitoko, que conquistou o primeiro lugar no Mundial de Uzbequistão, e Ana Lourenço, que ocupou o segundo lugar na mesma prova do Leste europeu, são as lutadoras que aguardam, há mais de um ano, pelos respectivos prémios.
Na situação em que se encontram, as atletas esperam que o órgão reitor da modalidade crie condições para ultrapassar o hiato de premiação em relação ao período em que ocorreram essas competições internacionais.
Deste modo, Daniela Mandange fez saber que ainda não acusou qualquer coisa da federação, no entanto gostaria de ver o mais cedo possível esta situação ultrapassada.
Aliás, para além da modalidade que pratica, tem outros projectos pela frente e que só vão desenrolar-se assim que este diferendo for resolvido pelas altas figuras do MMA em Angola. “Eu já arrebatei títulos.
Sou invicta no nosso país. A nível do MMA, tenho mais títulos nacionais e províncias, infelizmente ainda temos muitos problemas. Nós somos atletas federados.
Desde que conquistei o título africano até aqui, ainda não recebemos algum prémio”, lamentou a internacional angolana. Para Maria Kitoko, campeã mundial de Artes Marciais Mistas, na competição que decorreu em Dezembro de 2024, adiantou que representou o país, mas não tem sido recompensada.
A jovem atleta lamentou a falta de apoio, no entanto isto baixa a sua autoestima e pensa em colocar a modalidade em segundo plano, uma vez que os resultados esperados, ligados a premiação, não aparecem.
“Eu sou campeã mundial e também vice-campeã da competição de 2023 e os prémios até hoje não chegam, mas estamos a espera. Para além dos prémios, eu quero apelar às autoridades a apostar mais no desporto local”, disse a internacional angolana.
Maria Kitoko referiu que, assim que chegou à sua terra natal, Huíla, não tiveram qualquer recepção calorosa no Aeroporto ou numa outra instituição pública da cidade do Lubango. Por sua vez, a internacional Ana Lourenço não falou para o jornal OPAÍS por razões de agenda temporal.
Gabinete da Juventude e Desportos tranquiliza atletas
O Gabinete Provincial da Juventude, Desporto Cultura e Turismo da Huíla, através do seu Departamento, pede mais ponderação às atletas, visto que tem conhecimento do que se está a passar.
Sem avançar datas para a resolução do problema, o responsável do Departamento, Romualdo Baltazar, revelou que o atraso dos prémios deve-se a uma situação de natureza administrativa.
“As atletas competiram há anos e sagraram-se campeãs, e uma ficou em segundo lugar. É do nosso conhecimento. Como sabemos, há processos burocráticos que ocorrem, mas os prémios vão ser atribuídos”, garantiu.
FAMMA garante pagamento de prémios ainda este ano
A Federação Angolana de Artes Marciais Mistas (FAMMA), liderada por Armando Diogo, reconheceu que os atletas, treinadores e dirigentes ainda não receberam os prémios em atraso referentes aos anos de 2022, 2023 e 2024.
De acordo com fonte federativa, o órgão reitor da modalidade tranquiliza todos os envolvidos, tendo garantido que, este ano, os prémios serão pagos. A fonte lamenta o facto de certos atletas e treinadores terem-se afastado da FAMMA, com o objectivo de boicotar o trabalho do órgão liderado por Armando Diogo.
A mesma fonte federativa refere que alguns atletas e treinadores demonstraram interesse apenas pelo valor monetário, em detrimento do espírito patriótico que reinou durante as competições.
Por outro lado, a fonte deste jornal avança que a FAMMA está focada na organização da 8.ª edição do Campeonato Africano de MMA, que será realizado em comemoração aos 50 anos da Independência Nacional.
POR: João Katombela, na Huíla