A mostra composta por fotografias, um vídeo, uma performance e 11 obras de pintura, tendo sido usada, nesta última, uma técnica mista com recurso ao acrílico, papel e linha em pano cru.
Esta proposta apresentada pela artista, segundo o curador da exposição, Luamba Muinga, questiona como seria uma sociedade política imaginada se os fundamentos desta nação fossem feitos a partir dos cuidados de uma mãe.
“A proposta apresentada é como essa nação seria se fosse feita como uma mátria, uma palavra que transcende a pátria, e como seria construída nela se fosse uma mulher.
Os cuidados são feitos na terra enquanto espaço geográfico, por isso é que as fotografias perfilam todas elas terra, argila e areia. Já as pinturas reflectem sobre os destinos dessa mátria baseada nos princípios e nos símbolos dessa mulher”, disse.
Avançou que as obras comportam uma narrativa que se complementam entre si, no sentido da descontração da noção de pátria pela imposição do que pode ser entendido como uma máfia.
Retratar a fase de maternidade Yola Balanga realçou que o retrato que aparece a parte do seu busto é o maior destaque da obra, por retratar a sua fase de maternidade como símbolo de uma porta de entrada para a gestação. Yola Balanga, nome artístico de Margarida Celestino Balanga, nasceu em Luanda, em 1994.
Começou o seu contacto com a arte no teatro e na moda, tendo-se licenciado em Artes Plásticas e Visuais na Universidade de Luanda. Com exposições em Angola, Espanha e Nigéria, utiliza a arte como elemento de transcendência e como ferramenta de questionamento sociopolítico e cultural.
Em 2022, foi uma das vencedoras do Prince Claus SeedAward’s e, no mesmo ano, realizou a sua primeira exposição na cidade de Luanda, intitulada “Quadros de Guerra, Corpos de Luto”. Actualmente vive e trabalha em Madrid, Espanha.