Depois do último álbum “Massemba Jazz”, lançado em 2015, oito anos depois, Vladmiro Gonga apresenta ao público o novo trabalho “Uazekele”, que traz novos ritmos tradicionais angolanos, numa gala realizada no anfiteatro Wyza, da Fundação Arte e Cultura, em Luanda
O álbum, com o nome originário da língua nacional Kimbundu, que exprime uma forma de saudação, comporta 12 faixas musicais, entre elas “Massemba Jazz”, “Valsa para Alzira”, “Uazekele” que dá título ao trabalho, que o músico pretende ainda apresentar em show ao vivo.
Para maior expansão, uma forma de Jazz angolana, composto por ritmos africanos, conta com participações musicais de artistas nacionais e internacionais, desde Sandra Cordeiro, Filipe Mukenga, Paulo Calasans, Filó Machado, à banda brasileira de Djavan.
Segundo o músico, a obra carrega inovações e sonoridades diferentes da música nacional; traz uma nova oportunidade, de romances e renovações estéticas de ritmos tradicionais angolanos, um novo recomeço na vida musical do artista.
Diferente do álbum passado, o artista avançou que este novo trabalho traz diversidade rítmica, os apreciadores de suas músicas podem esperar a mesma qualidade musical e renovações para os ritmos tradicionais angolanos.
“Este álbum representa a minha personalidade, aquilo que eu sou. Este novo trabalho é a minha cara, representa a personalidade do que sou nos dias de hoje, desde as pesquisas que fiz, os trabalhos que ouvi durante os últimos anos, que está representado neste álbum”, referiu.
A produção do álbum, que durou cerca de quase dois anos, conforme explicou, serviu como um desafio aos jovens músicos angolanos na intenção de mostrar que se podem fazer trabalhos nacionais de qualidade, usando desde o Português, Kimbundo o Umbundo e o Tchokwé na composição das letras.
O Jazz angolano
Vladmiro Gonga adiantou que os músicos fazedores deste estilo musical, o Jazz, passam por enormes dificuldades, desde a produção à finalização das obras. Pelo facto, considera ser necessário o apoio do “Ministério da Cultura”, uma vez que muitos realizam a produção dos álbuns por meios próprios.
O artista defende que o ministério deve criar políticas que possibilitem os músicos a criarem as suas canções e contribuir para a expansão do Jazz no país, já que o público não tem a oportunidade de apreciar frequentemente trabalhos produzidos com elevado grau de arte.
“Criar uma escola para os músicos, para que perceberam os andamentos personalizados da “Massemba Jazz e o Semba Jazz, a escrita que tem vindo a criar para que de certa forma, se crie um jazz angolano”, disse o artista.
Entretanto, para o artista, o mercado nacional precisa de música feita com qualidade, já que se tem tudo para se ter um dos maiores e melhores músicos do mundo, ter a melhor música, mas, que, infelizmente por problemas sociais que o país apresenta, não há possibilidades de fazer-se muito mais.