Os grupos vencedores das três categorias do Carnaval de Luanda, edição 2024, que decorreu de 10 a 12 do corrente mês na nova marginal da Praia do Bispo, serão conhecidos hoje durante o escrutínio na LAASP, ex-Liga Africana, a partir das 09h00
De acordo com a comissão organizadora, para o primeiro classificado da classe A, desta que foi a 46.ª edição do Carnaval de Luanda, está reservada uma quantia em dinheiro no valor de 15 milhões de kwanzas, representando um incremento na ordem de 150% se comparado aos 5 milhões de kwanzas que foi o prémio da edição passada.
O segundo classificado, por sua vez, vai receber 10 milhões de kwanzas, ao passo que o terceiro levará para casa 5 milhões.
Já na classe B, de acordo com os dados avançados pelo presidente da Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL), Tany Narciso, o primeiro classificado vai receber o prémio de 5 milhões, o segundo 3 milhões e o terceiro classificado leva a quantia de 2 milhões de kwanzas.
Na classe Infantil, as premiações estão repartidas em 8 milhões para o primeiro classificado, 6 milhões para o segundo e 4 milhões kwanzas para o terceiro, respectivamente.
Na presente edição do carnaval de Luanda, foram no total 43 grupos, provenientes dos vários municípios e distritos da província, que disputaram os tão aguardados prémios e os três dias de competição.
Para os grupos, o aumento significativo do valor das premiações não só torna a competição mais atractiva como estimula uma maior dedicação e entrega por parte dos grupos, tornando o espectáculo mais competitivo.
De acordo com alguns representantes dos grupos em disputa, ouvidos pelo jornal OPAÍS, o acto representa também uma maior valorização do festival que, a cada ano que passa, vai se tornando mais exigente e dispendioso, tanto para a organização quanto para os grupos concorrentes.
Na visão de Lucas Manuel, comandante da União Estrela da Kazukuta do Cazenga, o incremento das premiações demonstra que a organização está preocupada em atender às aflições dos grupos e vai dar mais dignidade aos mesmos que se têm debatido com inúmeras dificuldades ao longo das preparações.
“É um bom gesto, vem em boa altura, porque assim os grupos acabam tendo mais recursos para atender às suas necessidades uma vez que os preços das coisas no mercado tendem a aumentar a cada ano que passa.
É uma boa iniciativa e esperamos que continuem nesta dinâmica”, estimou o jovem líder.
Quem também olhou com optimismo e satisfação para o aumento das premiações é o líder do União Mundo da Ilha, Salomão Manuel, que considerou uma acção que vai dar mais prestígio à competição e motivar os grupos a trabalharem mais e melhor.
Frisou que o aumento das premiações vai aliviar os grupos nas suas despesas e permitir que consigam trabalhar com menos dificuldades, apesar de, sublinha, o aumento contínuo dos preços no mercado serem um entrave para os grupos que vão tendo cada vez menos apoio por parte das empresas e das administrações.
“As coisas não estão fáceis, tudo está muito disparado no mercado e, para piorar a situação, os patrocinadores deixaram de apoiar os grupos como nos anos anteriores, e praticamente os grupos estão a ‘desenrascar’ só para não perder o ânimo e continuar a viver o carnaval que é a nossa maior alegria”, afirmou.
Valor de premiação pode ajudar a mitigar os custos
Já para o comandante da União Njinga Mbandi, António Domingos, que, também, além de parabenizar o aumento dos prémios, há também a necessidade de se fazer um incremento nos subsídios dados aos grupos durante a preparação, recomendando que os valores sejam entregues com maior antecedência possível para permitir que estes se preparem com menos dificuldades.
O líder carnavalesco alertou, por outro lado, a importância de os grupos não baixarem a guarda e buscarem apoio de outras fontes para se evitar constrangimentos durante os preparativos, situação que nos últimos anos tem afectado os grupos de todos os escalões.
Para Mona Oliveira, actual comandante da União Recreativo Kilamba, grupo que detém o troféu da última edição, na classe A, o aumento vem, em certa medida, mitigar os custos dos avultados investimentos que os grupos têm feito nos últimos anos, e sublinhou que a organização mantenha a mesma dinâmica que está a dar mais brilho e atracção ao Entrudo.
“O carnaval de hoje não é como de há 10 anos. Hoje, os grupos não olham só para o carnaval como uma festa, é uma competição, fazem muitos investimentos e com este aumento já vai dar para reduzir estes custos e colmatar algumas necessidades que os grupos vão apresentando”, considerou.
Acrescentou ainda que a competição precisa de mais apoio por parte das empresas e não apenas do governo. Sendo uma festa que une milhares de cidadãos nacionais e estrangeiros, considera que merece mais investimento e estímulo.
Grupo União da Muteda vence desfile da classe A no Sumbe
Ogrupo carnavalesco União da Muteda venceu a edição 2024 do desfile do carnaval, no Sumbe, na classe A, com 1.181 pontos.
Esta é a décima edição consecutiva a vencer o carnaval na região. Nesta sequência, na segunda posição, da referida edição que aconteceu Segunda-feira, 12, ficou o grupo Fineza do Inconcon e na terceira o Independente, de acordo com os resultados divulgados essa terça-feira.
Ao vencedor da referida classe será atribuído o valor equivalente a um milhão e 200 mil kwanzas, enquanto o grupo Fineza do Inconcon, com 1.132 pontos, recebeu um milhão de kwanzas, igualmente, pela melhor dança e a melhor rainha.
O director do grupo União da Muteda, João Matabicho, em declarações à imprensa destacou o trabalho e empenho dos integrantes do grupo, factor que tem ajudado o grupo a manter-se no pódio desde 2020.
O Grupo União da Muteda foi fundado em 2007, no Sumbe, por um grupo de artistas por terem sentido a necessidade de participarem no Entrudo sob forma de Bloco de Animação.
Muteda, que significa dança, música e teatro, evoluiu de Bloco de animação para grupo carnavalesco, conta com 300 membros e tem como rei principal, Domingos Hilário Augusto, a raínha Maria Elizabeth e estilo de dança kazucuta.
Já a classe infantil teve como primeiro classificado o grupo carnavalesco, Futuros Fineza do Inconcon, com 1.127 pontos, o segundo Heroizinhos da Assaca, com 1.109, e o terceiro Futuros Cruzeta da Assaca, com 969 pontos.
Na classe B de adultos, venceu o grupo União do Gungo, com 746 pontos, e Lumbo da Panda e 1º de Maio da Panda, ficaram na segunda e terceira posições, com 718 e 718 pontos, respectivamente.
No Amboim, a União Sétima Velha venceu a edição número 46 do carnaval, que bateu na concorrência os grupos 4 de Fevereiro e o Hoji-ya-Henda, segundo e terceiro classificados, respectivamente.
Enquanto isso, na província do Cuanza-Sul aconteceu, na Terça-feira, o desfile na cidade do Porto Amboím, na classe A em adultos, depois de se ter realizado, sábado, em infantil, na qual venceu o grupo Sol Nascente, da Escola primária 336.
O carnaval decorreu sob o lema “A diversidade cultural, como factor de atracção turística”.