“Angola que Canta” é o título da tournée que o músico Paulo Flores vai realizar, a começar no último dia deste mês, 31, no Estádio da Nossa Senhora do Monte, na província da Huíla, para celebrar os seus 36 anos de carreira
A tournée vai decorrer até ao 12 de Outubro, pelas províncias de Luanda, Benguela, Bié, Huíla, Huambo e Namibe. Depois da Huíla, o evento seguir-se-á no parque do pavilhão Welwitshia Mirabilis, no Namibe, no dia sete de Setembro, segundo foi avançado em conferência de imprensa.
A província do Huambo foi a terceira escolhida pelo artista, para levar as suas composições musicais que marcaram gerações, isso no Parque do Xyami, seguindo-se o Bié, no Pavilhão do Sporting, enquanto em benguela, na Restinga do Lobito, nos dias 14, 21 e 28, respectivamente.
A tournée vai encerrar em Luanda, com dois concertos na Marginal, a 12 de Outubro. De acordo com o músico, os concertos, que vão contar com a participação de Yuri da Cunha e Prodígio, têm como objectivo retribuir e partilhar, de maneira positiva, o carinho e a generosidade que ao longo dos anos lhe foi atribuído pelo povo angolano.
Pelo facto, o músico pretende continuar com este projecto até 2028, para abranger os fãs em todas as províncias que compõem o país. “Pretendemos levar alegria, paz e, acima de tudo, o ensinamento e a cultura a um infinito número de cidadãos.
Nestes 36 anos de carreira, a minha inspiração sempre foi os angolanos, e foi por eles que sonhei, sorri, chorei e criei. Por isso, essa extensiva tournée vem atender ao clamor dos fãs que não têm condições financeiras para estar muito longe com a intenção de assistir a um show meu”, sublinhou.
Acção solidária
Resultante destes concertos, será feito a entrega de donativos nas instituições de caridade que trabalham com crianças, entre material escolar, instrumentos musicais, telas e tintas de pintura.
O objectivo é de despertar o interesse das crianças e não só nas artes e ofícios culturais que poderão promover o seu sustento pessoal e da cultura angolana no futuro.
Breve percurso
Paulo Flores nasceu em 1972, um dos cantores mais populares de Angola. Mudou-se para Lisboa durante sua infância. Começou como cantor de kizomba, lançou o seu primeiro álbum em 1988.
As suas canções tratam temas diversos, como o governo, a vida quotidiana dos angolanos, a guerra civil e a corrupção. Coleccionou incontáveis clássicos, gravou quase uma vintena de projectos, ajudou a transformar a kizomba num sucesso de popularidade e, depois, mais tarde, abraçou o semba mais clássico de que se tornou um dos principais estetas graças a canções de coração fundo que sempre procuraram contar as histórias de vida do nosso país. Em 19 de Junho de 2022, junto ao rapper Prodígio, participou do Rock in Rio Lisboa.
Essa junção teve como fruto o álbum ‘A Bênção e a Maldição’, uma fusão de ritmos advindos de um encontro entre duas gerações de músicos nascidos em Angola. Já trabalhou com o cantor brasileiro Péricles num espectáculo denominado “Entre Povos”, que procurou realçar as semelhanças culturais dos dois países por meio da música, com o semba e o samba sendo as principais referências.
Tem no mercado as obras Kapuete (1988), Sassasa (1990), Coração Farrapo e Cherry (1991), Brincadeira Tem Hora (1993), Inocente (1995), Perto do Fim (1998), Recompasso (2001), Xé Povo (2003), The Best (2003), Quintal do Semba (2003), Ao Vivo (2004), Ex-Combatentes (2009), Ex-combatentes Redux (2012), O País Que Nasceu Meu Pai (2013), Bolo de Aniversário (2016), Kandongueiro Voador (2017), entre outros.