Em saudação aos 21 anos de carreira, o estilista angolano Rui Lopes vai realizar a 15 de Julho, no Palácio de Ferro, uma sessão de desfile de moda, durante o qual irá homenagear a Nação pelos 48 anos de independência a assinalar-se este ano
Denominado “Desfile Rui Lopes 21 anos de carreira”, o evento vai juntar seis estilistas nacionais, mostrarão as criações, todas produzidas no país, com o objectivo de promover e elevar a moda nacional.
“Apesar de ser um evento de celebração dos meus 21 anos de carreira, também será uma forma de homenagear o meu país pelos 48 anos independente e soberano”, afirmou, durante a conferência de imprensa sobre o desfile, realizada no último Sábado, 20, em Luanda.
Segundo o estilista, reservou para o evento uma colecção exclusiva baseada nas cores da bandeira nacional, um gesto que visa enaltecer a nação e a moda feita em Angola.
Rui Lopes fez adiantou que o seu evento vai contar três blocos e sessões, que serão preenchidos com momentos de apresentação das colecções dos estilistas convidados, momento musical, homenagens e, por fim, a apresentação do seu mais recente trabalho de moda, cujo nome não foi divulgado.
Entre os estilistas convidados a apresentar os seus trabalhos, de acordo com o organizador, destacam-se nomes como Didi, Millucha, Jofre Cardoso, e outros.
Questionado sobre as dificuldades que tem enfrentado no mundo da moda, Rui Lopes sublinha serem várias, mas considera que a falta de união entre os fazedores constitui uma das maiores barreiras do mercado nacional da moda.
“Sinto que a moda em Angola regrediu um pouco nos anos, também fruto da situação económica que hoje o país atravessa, mas a falta de união entre os actores da moda é uma barreira muito presente”, disse.
Por isso, continuou, “apelo que é necessário nos unirmos porque é unidos que podemos alavancar o mercado nacional.
No final, a união dos esforços que faz o mercado crescer e desenvolver”, sublinhou.
Pouca oferta de matéria-prima de origem nacional
O estilista apontou também a pouca oferta de tecidos de origem nacional como uma das barreiras do mercado, sobretudo quando se pretende produzir uma colecção 100% angolana.
Rui Lopes disse ser mais fácil ter acesso a tecidos importados do que tecidos nacionais, uma situação que tem levado muitos artistas a preferirem criar estilos a partir de matéria-prima vinda do estrangeiro.
“Nos dias de hoje ainda temos tido problemas com a indústria têxtil nacional. Por acaso, a Textang começou agora a produzir e está num bom ritmo, mas é necessário que as dificuldades que ainda enfrentamos no acesso aos tecidos e acessórios deixem de existir para que possamos produzir roupas nacionais de alta qualidade”, reiterou.
Evento vai dar espaços a novos talentos
A terminar, o responsável avançou que, para além das homenagens, o evento vai também proporcionar espaços para que novos actores da moda ganhem espaço.
Para tal, segundo o mesmo, foram convidados também alguns estilistas e designers da nova geração, cujos trabalhos serão expostos para a apreciação do público, visando dar visibilidade aos seus talentos.
“Como sempre, os meus eventos reservam sempre espaço para novos talentos.
O objectivo é também agregar valores e há muitos jovens talentosos que terão a oportunidade de mostrar ao público a obra das suas criações neste dia”, assegurou.
Para o estilista Jofre Cardoso, fazer parte do evento que visa celebrar mais um ano de carreira de Rui Lopes, representa um passo importante no âmbito pessoal e profissional, dada a estrada e experiência do homenageado e o quanto aprende bastante com o artista e amigo.
“Estou cá não apenas como estilista, mas também como um grande admirador dos trabalhos e da persistência de Rui Lopes.
Acompanho os seus trabalhos desde cedo, e tenho ele também como um mentor que sempre tem estado disponível para me instruir sempre que preciso”, destacou.
Por: Bernardo Pires