Encontrado a 18 quilómetros da capital provincial, Ondjiva, as mulheres depositaram uma coroa de folhas de Omufiati no marco do cemitério Omuulu Wa Naakulunhu, onde estão sepultados 11 dos 18 reis que conduziram os destinos do povo kwanhama, seguindo-se uma visita guiada à respectiva ombala.
A comitiva, liderada pela directora do Gabinete de Acção Social, Família e Igualdade do Género do Cunene, Georgina Braga, foi integrada por líderes e fiéis de diferentes denominações religiosas, partidos políticos, empreendedoras, vendedeiras, donas de casa e outros departamentos públicos.
Em declarações à Angop, a responsável disse que a visita, enquadrada na jornada do Dia da Mulher Africana, a assinalar-se a 31 de Julho, visou elevar os conhecimentos sobre o papel desempenhado pelas mulheres no reinado, assim como o contributo que os reis do Cuanhama deram na preservação da história e da identidade nacional.
Referiu que a deslocação ao reinado se reveste de um grande significado, que traduz o respeito e a valorização da cultura e do reconhecimento da determinação do reinado do Oukwanhama na resistência contra a ocupação colonial.
Durante o evento, foi debatida em palestra a participação da mulher africana e o seu contributo para a edificação do continente. Georgina Braga lembrou que, desde os primórdios, a mulher foi protagonista das grandes transformações políticas, tradicionais e sociais dos seus países, pelo que apelou para a necessidade de um maior comprometimento das suas acções em prol do bem-estar da província e do país.
“A prosperidade de África depende também das capacidades das mulheres africanas, que em muitos países têm dado provas de que são capazes de, ao lado dos homens, contribuir para eliminar definitivamente as assimetrias actuais”, sustentou.
Os Ovakwanhama são um subgrupo dos Ovambo, que vive no Sul de Angola, abrangendo uma grande parte da província do Cunene e o Norte da Namíbia, também conhecida por Ovambolândia.
Sob o lema “Investir na Educação, garantir o futuro das mulheres e raparigas em África”, o 31 de Julho foi instituído em 1962 na Conferência das Mulheres Africanas, em Dar es Salaam, Tanzânia.