O sector da Cultura no município da Ganda, província de Benguela, está a levar a cabo acções no sentido de resgatar as danças tradicionais como a mussa, o tchingange e o lundungo, em vias de extinção
De acordo com o director da Cultura, Turismo, Tempos Livres, Juventude e Desportos, Moisés Borges Kinda, têm estado a deslocar-se para as zonas mais recônditas para trazer os artistas à sede municipal, no sentido de passar o legado à juventude.
O responsável lamentou o facto de alguns deles não manifestarem interesse em resgatar “tão importante símbolo cultural”, mas tem o desafio de convencêlos e levá-los para aquelas regiões para aprenderem as referidas danças.
Avançou que actualmente estão registados doze grupos que preparam, por meios próprios, os seus instrumentos, como batuques, chocalhos e outros.
Como apoio institucional recebem apenas pano para a execução das suas indumentárias e os espaços para a exibição.
Moisés Borges Kinda referiu que aqueles estilos de dança, principalmente a mussa, que tem maior representatividade, já têm sido divulgados em eventos de destaque, como o Carnaval, comemorado recentemente e nalgumas efemérides, onde aparecem delegações provinciais ou nacionais do Governo e também de Organizações Não Governamentais.
Quanto às modalidades de teatro e música, disse haver um projecto para recuperação de talentos, através da realização de actividades onde são apurados os melhores.
“Com o apoio da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC) temos registados catorze grupos teatrais e mais de cem músicos”, enfatizou.
Disse, no entanto, que o grande constrangimento que os artistas enfrentam é a falta de infra-estruturas adequadas para a realização das acitividades.
Desta feita, apontou a componente financeira como outro problema para o sector, dando a impressão de que nada se está a fazer, segundo o director.
Sector do Turismo carece de maior promoção
O director municipal da Cultura e Turismo afirmou que é preciso maior incentivo para que as populações da província e não só ganhem o hábito de visitar as zonas turísticas da Ganda, como o Atuque, uma lagoa natural localizada no topo de uma montanha.
O rio Dongoroca, com belas paisagens, que antigamente, nos tempos livres, acolhia muitos piqueniques, a zona experimental do café, as águas claras do Alto Catumbela, a Zootécnica, entre outros, são pontos turísticos por explorar, de acordo com o director.
Para a recuperação do sector, revelou que a Administração municipal está a trabalhar num plano director, com a ajuda de técnicos universitários, para catalogar as zonas turísticas e potenciá-las, para mais tarde captar-se investimentos e “vender melhor a imagem do município”.
Apesar de tudo, garantiu que alguns cidadãos nacionais que conhecem várias zonas turísticas, bem como estrangeiros, principalmente portugueses, têm visitado as áreas mais frequentadas.