O primeiro a subir ao palco, Wilson da Silva, vai apresentar a peça “N’ha ritmo in’ha cultura” ( recriação de ritmos Bijagós, Felupe Mandinga, Tina e Gumbé), num espectáculo performativo onde a voz, o djembe e as memórias se misturam num autorretrato de um músico através do seu país.
Ainda neste dia, o moçambicano Mai-Júli Machado, com o trabalho “Sinais particulares” faz uma reflexão sobre a mulher jovem e africana, sobre as suas experiências, tanto positivas quanto negativas, que leva consigo à vida toda. Por sua vez, Nuno com “Izulamento 20” expressa a poesia de um corpo com experiência numa dimensão abstracta, ou mesmo o isolamento em vários outros corpos, onde a consciência do Ser vai além do visível e do concreto.
Enquanto Rosy Timas com a peça “Sacralidade” narra a mulher como uma fonte de criatividade, intuição, espiritualidade, conhecimento interior e de poder. A amostra é composta por vá- rias criações artísticas nas áreas de música, artes visuais, dança e cinema, contando com 13 artistas seleccionados entre os 50 criadores que participam no Procultura, um programa de mobilidade artística dos estudantes dos PALOP e Timor-Leste.
Promovida pela Procultura, apresenta-se como uma iniciativa que tem por objectivo apostar na promoção de talentos artísticos de estudantes e professores universitários, com realce para aspirantes e artistas promissores, visando captar novos valores ao panorama artístico dos países africanos de expressão portuguesa.
De acordo com a representante do Procultura em Angola, Ana Ferreira, o projecto conta com um financiamento de mais de 19 milhões de euros, para serem investidos nos variados domínios artísticos no âmbito do programa, cuja execução vai até 30 de Junho de 2025.
“Este é um projecto que decorre não só em Angola, mas também noutros países dos PALOP e, neste sentido, foram criadas uma série de actividades as quais incluem as áreas de música, artes cénicas, dança e cinema que estes artistas vão apresentar durante os quatro dias de evento. Importa referir que o programa se estende até 30 Junho de 2025”, disse a responsável.
Sublinhou que o programa decorre nos seis países com o foco na promoção dos artistas residentes, permitindo que estes aprimorem os seus talentos e criem intercâmbio entre artistas de diferentes países e com realidades sócio-culturais diferenciadas.
Ontem, na sua primeira apresentação, subiram ao palco do Elinga Teatro os artistas Renata Torres (Angola), Hilário Manhiça (Moçambique), Livígia Monteiro (Guiné-Bissau) e Mano Preto (Cabo Verde), para apresentarem os seus trabalhos, nas diferentes áreas artísticas, com a duração máxima de 15 minutos para cada apresentação, tempo determina- do a todos os artistas.