Uma iniciativa idealizada e realizada pela Fundação Arte e Cultura, o projecto “Teatro para Todos” tem procurado dar espaço para que grupos teatrais emergentes e os já conceituados possam apresentar os seus trabalhos e assim conquistar seus espaços no mercado nacional das artes cénicas
Mensalmente, o projecto traz ao palco do Wyza Anfiteatro, na Fundação Arte e Cultura, um ou mais grupos teatrais para exibição de uma peça inédita ou já conhecida, com o objectivo de promover os trabalhos dos respectivos grupos, assim como de entreter, educar e consciencializar a sociedade sobre boas práticas de cidadania e impulsionar o gosto pela arte no seio da sociedade luandense.
Por outro lado, procura igualmente educar a sociedade em matéria de educação artística e inclusão social, exibindo peças que retratam diversos assuntos relacionados com a vivência dos povos, seus hábitos e costumes, bem como questões que afectam directamente a vida da população em diversas esferas da sociedade.
Com este projecto, a Fundação Arte e Cultura pretende conferir maior visibilidade aos grupos de teatro emergentes, assim como os já conceituados, permitindo que os seus trabalhos atinjam um público mais abrangente e diversificado, como adiantou a este jornal Wengui Dias, professor de teatro e coordenador de eventos da Fundação Arte e Cultura.
“Através deste projecto, procuramos fazer com que os grupos teatrais emergentes exibam as suas peças a custo zero, com o intuito de dar maior visibilidade e fazer que estes trabalhos chegam ao maior número de público possível a fim de serem conhecidos”, disse o responsável.
Adiantou ainda que as exibições das peças não têm custos e que o público tem o privilégio de assistir teatro de forma gratuita, estar entretido, aprender com as peças e tirar o maior proveito delas.
Crianças protagonizam a 6.ª edição do projecto Para a sexta edição que acontece já no próximo sábado, 7, o projecto vai acolher a exibição da peça teatral musicalizada “A escola encantada”, a ser protagonizado pelo grupo infantil Companhia Arte Cénica.
Com a duração de 45 minutos, a peça retrata episódios ocorridos nas escolas de Luanda, reportando o comportamento de estudantes que pouco valorizam os estudos e desrespeitam os professores em detrimento da posição social ou da condição financeira das suas famílias, resultando em conflitos entre colegas da mesma turma e práticas de bullying e discriminação.
Segundo o presidente do grupo teatral, Dilson Miguel, a peça é chamada de atenção aos pais e encarregados de educação sobre o comportamento dos filhos em salas de aulas que, muitas das vezes, são reprováveis e discriminatórios, sobretudo por parte de estudantes cujos pais são de estrato social ou nível financeiro acima da média. A peça, explica o também encenador, vem em momento oportuno, uma vez que se avizinha a época do arranque das aulas a nível do ensino geral.
A mesma será protagonizada por 13 crianças, que terão a nobre missão de entreter o público diversificado que habitualmente se dirige ao Wyza Anfiteatro para apreciar as peças e outras actividades artísticas e recreativas que são desenvolvidas no âmbito do projecto “Teatro para Todos”.
De ressaltar que, desde Janeiro do corrente ano, já passaram pelo projecto vários grupos teatrais, com destaque para colectivo de artes Tuwizana, com a peça “Preto e Branco”, Afro Teatro, com “Nós e as Ruas”, colectivo de Arte Estreia, peça “Aparência”, núcleo de artes Agú-águas, com a peça “Amnésia” e o projecto teatral Os Cracks, com a peça “Lua suja”.