A abertura do evento, promovido pelo Ministério da Cultura, que vai decorrer durante três dias (20 a 22), vai ser marcada com um fórum de reflexão, com a participação do músico e compositor Dionísio Rocha, a directora do Instituto Nacional de Património Cultural, Cecília Gourgel, e o director do Gabinete Jurídico e do Intercâmbio do Ministério da Cultura, Daniel Jorge.
Quando forem 17h30, o grupo de dança Novatos da Ilha, detentor do Prémio Nacional de Cultura e Artes de 2015, na categoria de dança, pelo trabalho de grande relevância que desenvolve, vai fazer as honras da casa com a apresentação de várias performances através da rebita e masemba, em acto que pretendem envolver o público presente.
O conjunto, fundado há mais de 50 anos na Ilha de Luanda, tem apostado na preservação e divulgação da dança rebita, permitindo a passagem de testemunho a mais de seis gerações.
Ainda neste dia, quando forem 18h30, terá início o concerto, com a apresentação da Banda Maravilha, Carlos Lamartine, Calabeto, Voto Gonçalves, Lulas da Paixão, Dina Santos, Dom Caetano e Tonicha Miranda, para brindar os presentes com as suas várias composições musicais de sucesso que marcaram gerações no país e não só.
O porta-voz do Palácio de Ferro, Amilton Víctor, disse que a presente edição vai contar com a participação de cerca de 100 artistas, entre músicos e bailarinos, com destaque para vários cantores consagrados, cujas carreiras representam, de forma inequívoca, a constante exaltação e valorização do Semba como marca da cultura e identidade angolana.
“O projecto foi criado através da presente elevação do Semba, tem como objectivo congregar em palco os artistas angolanos que, na sua trajectória, incorporam o Semba como um dos seus géneros musicais de eleição. O projecto vai contar com atractivos como concertos, dança, feira e palestras”, sublinhou.
No que as palestras dizem respeito, avançou, vão abordar temas como “Reflexão sobre as referências da origem e desenvolvimento do Semba”, “Apresentação do processo de base para atribuição do estatuto de “Património Cultural Imaterial Nacional”, “Perspectivas de âmbito nacional e internacional” e “Enquadramento jurídico”.
Abertura da feira No segundo dia de evento, 21, será feita a abertura de uma feira multidisciplinar, às 10h00, com a participação de cerca de 30 expositores, com realce para a venda de discos, livros, serviços no ramo da música, artesanato e gastronomia.
O objectivo é de alargar a cadeia de valor inerente ao evento, trazendo outros potenciais apreciadores do género musical e, de igual modo, potenciar a venda de produtos e serviços culturais e criativos.
Ao passo que às 18horas vai decorrer o concerto com o grupo Nguami Maka, Banda Movimento, Robertinho, Pedro Cabenha, Patrícia Faria, Legalize, Carina Santos e Toni do Fumo jr. Deste modo, no terceiro e último dia, 22, a agenda estará preenchida com a abertura da feira, concerto com os grupos musicais Semba Muxima e Orquestra Kaposoka.
De seguida, o Semba Jam, Sanguito, Dalú Rogeé, Sr. Rolland, Dimbo Makiesse, Mário Gomes, Botto Trindade, Omar Gross e Lr. Amilton Víctor. Avançou que nesta edição os concertos terão o suporte instrumental da banda Banda Maravilha e Banda Movimento, para acompanhar os 13 artistas dos dois primeiros dias.
Por sua vez, o grupo Nguami Maka e a Orquestra Kaposoca vão apresentar duas linhas de execução instrumental, sendo uma de matriz ancestral e outra clássica, tendo como base as marcações rítmicas do Semba.
Elevação do Semba
Aelevação do Semba a Património Imaterial Nacional ocorreu a 18 de Abril de 2023, no âmbito do programa nacional das celebrações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, pelo Instituto Nacional do Património Cultural.
Esta classificação deveu-se ao facto de ser um género de música e dança que se destaca como sendo “um importante componente da vida cultural dos angolanos. Consta que o Semba é um género de música e de dança tradicionais de Angola.
A palavra significa ’’umbigada’’ em kimbundo. Numa tradução livre, o Semba representa “o corpo do homem que entra em contacto com o corpo da mulher ao nível da barriga”.
Este estilo tem nas origens a massemba, a umbigada e as batucadas, e tornou-se muito popular na década de 1950.
Enquanto género musical, o Semba actual é resultado de um processo complexo de fusão e transposição, sobretudo da guitarra, de segmentos rítmicos diversos, assentes fundamentalmente na percussão, o elemento base das culturas africanas. Deu também origem a vários outros estilos, como o samba brasileiro.