Os vários conteúdos vinculados no sector cinematográfico no país, com mensagens positivas, segundo o actor angolano Raúl do Rosário, são portadores de informações que podem mitigar a violência e contribuir para o bem-estar social
Uma área que considera possuir rentabilidade social, um ganho que fortalece a nossa cultura, com um pouco mais de saber, isso porque, conforme disse, enquanto actor e artista, as produções têm a sua vertente monetária, mas também emocional, onde as pessoas identificam-se com as histórias, cria laços de unidade, senso de beleza e de estética.
“Não se pode fazer um país com violência.
Nós hoje estamos a combater a violência extrema que Angola vive.
Todos nós sabemos que vivemos isso. Portanto, os nossos produtos nacionais podem atenuar essa violência, com mensagens positivas”, disse o actor.
Pela relevância do assunto, acredita que, com a massificação dessas produções podemos ter retorno deste bem-maior, um caminho que acha necessário ser feito, já que se trata também de uma forma de educação social.
“Não só em Angola, no mundo todo é assim.
As pessoas estão um pouco quebradas com o sentido estético das coisas, das artes”, considerou Raúl do Rosário que falava à margem de uma visita ao centro de produção televisiva da Diamond Films.
Participação em produções
Ele que responde pela direcção de actores nas produções das novelas “O Rio” e “Mahinga”, cuja responsabilidade é a de fazer a escolha dos melhores profissionais para o cumprimento dos personagens, auxiliado por uma equipa, faz ainda uma aproximação da história com os seus intérpretes.
Explicou que, no caso da novela “O Rio”, este processo fez praticamente um mês.
Isso para que fosse possível fazer a aproximação dos actores com essa realidade, já que a mesma retrata a história do Bié.
“Temos alguns actores que falam umbundu, outros com sotaque da região Sul do país.
A própria história, nós sabemos que os próprios jovens muitas vezes viajam pouco e não conhecem Angola”, constatou.
Sobre as gravações na novela “O Rio” disse que trabalharam o ano passado, produzindo 260 capítulos que vão acabar no próximo mês. Designou como uma grande aventura, pelo facto de terem de gravar em média 30 cenas por dia.
Realçou que é um número elevado de gravações, conforme se faz, numa média, em qualquer produção internacional também que lhes dá maior rodagem.
“Este número de cenas que gravamos por dia, no nosso país é muito e as pessoas nem fazem ideia deste processo.
Com certeza há alguns constrangimentos, como questões de doenças, as ocorrências naturais, como a chuva.
Mas, no meio disso tudo fazemos para alcançarmos este número de gravações, enalteceu.
Resultados positivos
Pelos resultados, referiu que “é uma maravilha, porque finalmente estamos a ver que está a entrar dinheiro, de fora para dentro. Isso deveria ser um exemplo de como as coisas iriam funcionar.
Quer dizer que quem está fora está a confiar na nossa potencialidade”.
Enalteceu ainda o facto de estas produções proporcionarem emprego aos actores e permitir a inclusão de novos talentos.
“Não tem como não haver parcerias, não tem como não se comover com isso.
Porque, imaginemos que cada produtora pudesse dar emprego directo nós teríamos aqui uma reprodução de 2, 3 mil, um milhão de empregos directos nesta indústria”, ressaltou.