Intitulado “Eu à sombra da Figueira da Índia”, a reedição do primeiro romance do professor e historiador luso-angolano Alberto Oliveira Pinto, vai ser apresentado nesta Quinta-feira, 12, às 18 horas, no auditório da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em Portugal
A apresentação do livro que estará a cargo do escritor Tomás Lima Coelho, vai ser transmitido em directo no Facebook da UCCLA( link https://www.facebook.com/), através de uma reedição feita pela Elivulu Editora, deste que é membro da União dos Escritores Angolanos. A obra é um documento que apresenta uma sucessão de pequenos episódios sobre a vida colonial na Cidade Alta de Luanda durante os anos de 1960.
Um livro publicado em 1990, quando tinha 21 anos.
A história desenrola-se nos anos de 1960 na Cidade Alta de Luanda, literalmente à sombra duma figueira-daíndia.
O menino protagonista está numa confortável residência com varanda gradeada de verde, relvado e portão principal, baloiço de jardim, casa de banho dos jardineiros, casa dos brinquedos, pátio da lavadeira.
A casa possuía ainda terraço, cheia de empregados e situada no alto da encosta, ou seja, na Cidade Alta, o que deixa bem clara a posição social privilegiada da família.
Doutro lado, as barrocas, ali mesmo ao alcance dos olhos de Beí, que observa a sua feiúra e pobreza presentes principalmente a partir da descrição física dos seus habitantes.
Trata-se de um livro sobre a memória individual, mas que se interliga com a memória colectiva daquelas outrora crianças.
Érica Antunes, professora que assina o prefácio, refere que, “embora não se trate de uma obra autobiográfica propriamente dita, não podemos descurar que a vida do autor aparece permeada no diaa-dia do personagem central do romance, o menino Beí – a começar pelo apelido, caro a ambos -, remetendo-nos, de algum modo, à ideia da função humanizadora da literatura, em que à necessidade de ficção e de fantasia é acrescido o desejo de se entender ‘no’ e ‘parte do’ mundo”.
Biografia do autor É Doutor (2010) e Mestre (2004) em História de África pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), onde colaborou como docente no Departamento de História.
É autor de diversos romances e livros ensaísticos sobre a História de Angola, tendo ganho por duas vezes o Prémio Sagrada Esperança: em 1998, com o romance Mazanga, e em 2017, com o livro de ensaios Imaginários da História Cultural de Angola.
O seu maior êxito foi História de Angola.