Os desfiles do Grupo Especial, considerado a elite do carnaval carioca, terão início na noite de hoje a partir de 22 horas (às 02 horas em Angola, madrugada de Segunda-feira).
Fantasias, adereços, carros alegóricos, vão colorir a Marquês de Sapucaí e apresentar o enredo trabalhado por cada uma das escolas.
Neste primeiro dia, seis agremiações irão atravessar a avenida do samba. Nos arredores do sambódromo, na região central do Rio de Janeiro, um esquema especial para o trânsito foi planeado pela prefeitura.
A expectativa é de um público de aproximadamente 100 mil pessoas. Irão desfilar na seguinte ordem: Unidos do Porto da Pedra, Beija-Flor, Salgueiro, Grande Rio, Unidos da Tijuca e a actual campeã, Imperatriz Leopoldinense. Cada agremiação possui entre 1 hora e 10 minutos para atravessar a Sapucaí.
A escola Unidos do Porto da Pedra, que terá a missão de abrir as apresentações do Grupo Especial, tem como enredo Lunário Perpétuo: a profética do saber popular.
A agremiação do município de São Gonçalo (RJ) conta a história de um livro que reúne orientações sobre astronomia, agricultura, saúde, uso de ervas.
Escrito em 1594 pelo espanhol Jerónimo Cortés, o Lunário Perpétuo foi apontado pelo folclorista Câmara Cascudo como a publicação mais lida no Nordeste brasileiro durante 200 anos. Em seguida, a Beija-Flor seguirá a trilha dos seus desfiles realizados nos últimos anos e voltará a explorar um tema relacionado com a cultura negra.
Dessa vez, a escola de Nilópolis (RJ) irá trabalhar com o enredo “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”.
O público irá conhecer a história de Benedito dos Santos, que ficou conhecido como Rás Gonguila.
Nascido na capital alagoana, ele afirmava ser descendente directo do último imperador da Etiópia. O Salgueiro será responsável pelo terceiro desfile da noite e o enredo Hutukara irá falar sobre o povo Yanomami.
A escola da zona Norte da capital carioca deixa claro, porém, que o seu foco não será a crise humanitária que ganhou as manchetes de jornais de todo o país no ano passado.
Essa situação, envolvendo o garimpo ilegal, será retratada apenas num momento específico.
O objectivo será mostrar ao público a cultura, os costumes e os conhecimentos yanomamis.
A cultura indígena também será trabalhada no desfile da Grande Rio, a quarta a pisar na avenida do samba.
O enredo “Nosso Destino É Ser Onça” vai abordar a mitologia tupinambá.
A escola do município de Duque de Caixas (RJ) pretende questionar como o Brasil se identifica com os povos originários do seu território, tendo como base o livro “Meu Destino É Ser Onça”, do escritor Alberto Mussa.
A quinta apresentação será da Unidos da Tijuca. As suas cores azul e amarelo darão vida ao enredo “O Conto de Fados”.
A agremiação do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, quer convidar o público para uma viagem a Portugal, onde serão reveladas diversas lendas e histórias relacionadas com o país.
Actual campeã, a Imperatriz Leopoldinense encerrará a programação do primeiro dia.
A agremiação do bairro de Ramos, na zona Norte do Rio de Janeiro, será mais uma que levará para a Sapucaí um enredo baseado num livro.
Os desfiles do Grupo Especial se encerram na Segunda-feira (12), quando outras seis escolas irão atravessar a avenida.
As apresentações novamente irão se iniciar no mesmo horário, com Mocidade Independente do Padre Miguel, Portela, Vila Isabel, Mangueira, Paraíso do Tuiuti e Viradou.