Denominada “O Amanhecer no Mundo”, a exposição reúne trabalhos de 23 artistas nacionais e internacionais, maioritariamente africanos, com a intenção de promover as potencialidades artísticas e culturais do continente africano, enquadrada na celebração da 13.ª edição do Festival Internacional de Jazz, realizada recentemente na Baía de Luanda.
Entre as obras, até então patentes na tenda da baía de Luanda, destacam-se “A Realidade da Vida dos Emigrantes” e “O Renascimento”, de JLZAR, o quadro “O Olhar do Amanhecer”, de Liana, “O Amanhecer Através dos Nossos Antepassados”, de Álvaro Yeca, “As notas musicais de sonho”, do artista camaronês Mohammed Mounir, e “Vivendo nas Sombras”, do artista plástico congolês democrata, Bahati Mukomezi.
Vindos de diferentes países, os artistas foram desafiados a pintar ou esculpir obras que transmitam, por um lado, a diversidade cultural do continente e a realidade da vivência dos povos, e, por outo lado, que sirvam de réplica aos conflitos no mundo e da necessidade de se promover a paz e uma cultura de diálogo e pacificação dos Estados.
Em declarações ao Jornal OPAÍS, Álvaro Yeca disse que foi experiência interessante e desafiante que permitiu a troca de experiências e conhecimentos entre artistas de diferentes realidades socioculturais.
O jovem, afecto à UNAP, explicou que a sua obra, resultante de uma técnica mista feita à base de materiais reciclados e contraplacados, retrata o símbolo da ancestralidade, a necessidade de se preservar a história para que ela eduque a sociedade e guie no sentido de não cometer os mesmos erros no futuro.
“A obra retrata que precisamos saber e preservar o passado para que ele nos guie e nos ensine para que possamos ressurgir com mais energia, vida e rigor, e não venhamos a cometer os mesmos erros de antes no futuro”, disse o jovem.
Estando pela primeira vez em Angola, o artista camaronês, Mohammed Mounir, mostrou-se satisfeito e entusiasmado por participar de um evento artístico de dimensão internacional que lhe permitiu interagir com outros artista e conhecer outras culturas diferentes da sua.
Convidado pela UNESCO para fazer parte da residência artística, enquadrada no Festival Internacional de Jazz de Luanda, Mohammed explicou que a sua obra, “As notas musicais de sonho”, retrata os sonhos de um povo que são expressos por meio das notas musicais, referindo que a música também uma forma de expressar ideias, sonhos e desejos.
Hermenegildo Kindala, artista plástico e secretário para as actividades cultuais da UNAP, também destacou a experiência positiva que obteve durante os trabalhos que foi desenvolvendo junto de outros artistas nacionais e estrangeiros, tendo sublinhado que “actividades do género devem ser contínuas e regulares para dar mais visibilidade e promoção dos artistas plásticos nacionais”.
O mesmo, que apresentou uma obra foto-artística, intitulada “Amanhecer no Mundo”, explicou que o seu trabalho transmite a esperança de um amanhã melhor repleto de positividades para aqueles que acreditam e mantêm-se esperançosos, em especial as crianças.
Obras ficam patentes na galeria do Resiliart
As obras que compunham a exposição apresentada no Festival deverão estar patentes na galeria do Resiliart, cito na Mutamba, baixa de Luanda, aberto para o público entre às 9h00 e às 17h00, a partir desta segunda-feira,06, segundo soube OPAÍS de fonte da organização.
Entretanto, outras obras paralelas ao projecto, mas que fizeram também parte da exposição, de forma individual, estarão expostas nas instalações da UNAP, cita na rua Rainha Ginga 29/33, na baixa de Luanda.
De salientar que a exposição colectiva é resultante de uma colaboração entre artistas da UNAP e do Resiliart e artistas convidados internacionais vindos a convite da UNESCO e da embaixada americana em Angola.
Dos internacionais que constituíam a exposição, constam pintores, escultores e fotógrafos criativos provenientes de países como Camarões, República Democrática do Congo, Nigéria, Brasil e Portugal.